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Bogotá e Farc entram em confronto que deixa rebeldes feridos

(Arquivo) Policial colombiano em Medellín afp_tickers

O governo da Colômbia e a guerrilha das Farc, na reta final de negociações para acabar com meio século de conflito armado, diferiram nesta segunda-feira sobre um recente “combate” entre o Exército e um grupo de rebeldes, que deixou rebeldes feridos.

As partes, que em 23 de junho selaram as condições de um cessar-fogo bilateral que entrará em vigor assim que for assinado o acordo final de paz, coincidem em que houve “um erro” das Farc no ocorrido na sexta-feira passada, quando uma comitiva de guerrilheiros que devia viajar a Cuba para atividades vinculadas ao processo de paz se dirigiu a um local diferente do previsto.

Mas para as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, o “erro humano” não foi “exclusivamente” delas e se tratou de um “ataque” das forças públicas.

“No lamentável incidente de 8 de julho foi apresentado um erro por parte das Farc ao fixar coordenadas equivocadas”, disse Humberto de la Calle, chefe negociador do governo colombiano nos diálogos de paz com esta guerrilha em Havana, durante declarações na Casa de Nariño, sede da Presidência, em Bogotá.

“Iván Márquez (o segundo homem no comando e negociador da guerrilha em Havana) aceitou que o erro nas coordenadas era de responsabilidade exclusiva das Farc”, afirmou.

O líder máximo das Farc, Timoleón Jiménez, “Timochenko”, disse no entanto, que “surpreendentemente” na sexta-feira de manhã, tropas do Exército “caíram em cima” do grupo “em um ataque para aniquilá-los”.

“Ali houve disparos de fuzil e de morteiro. Depois, houve um helicóptero apoiando-o”, afirmou, de Havana, ao periódico Nueva Colombia.

“Não é verdade que foi um erro exclusivamente das Farc. Houve, sim, erro humano, mas (…) foi algo, de fato, pensado. Nenhuma patrulha das forças armadas entra em ação sem a prévia autorização de seu comando superior”, acrescentou.

As Farc declararam em julho passado um cessar-fogo unilateral, que o governo respondeu com uma cessação dos bombardeios.

O ministério da Defesa explicou no domingo que o confronto ocorreu quando forças militares se encontraram com uma patrulha rebelde e como consequência do confronto, guerrilheiros ficaram feridos, embora o número ou a gravidade não tenham sido informados.

De la Calle afirmou que na noite de sexta-feira entrou em contato com Luciano Marín Arango, cujo nome de guerra é Iván Márquez, que “pediu ajuda humanitária para atender várias pessoas que, segundo ele, foram feridas no combate”.

“Informei isso ao senhor presidente da República (Juan Manuel Santos), de quem recebi a instrução de fornecer a ajuda mais eficaz que nestes casos corresponde a uma obrigação humanitária”, acrescentou.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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