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Bolívia aprova calendário eleitoral com possível segundo turno em outubro

A presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, em 25 de março em La Paz afp_tickers

O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) da Bolívia emitiu nesta sexta-feira (26) o novo calendário eleitoral que prevê um eventual segundo turno em 18 de outubro, caso não haja vencedor no primeiro turno em 6 de setembro. A transferência de posse será feita em novembro.

A Constituição prevê o segundo turno caso nenhum dos candidatos obtenha a metade mais um dos votos válidos no primeiro turno ou não consiga atingir pelo menos 40% dos votos com 10 pontos de diferença sobre o segundo colocado.

O TSE afirmou que com esse calendário busca “garantir” as eleições, “com as devidas medidas de proteção da saúde pública” pelo coronavírus.

Até o momento, a pandemia deixou mais de 28.000 casos e 913 mortos na Bolívia e, segundo cálculos oficiais, até a data da votação esse número pode subir até 130.000 infectados.

Devido à quarentena nacional pela COVID-19 decretada em março e em vigor até agora com flexibilizações, a agenda eleitoral sofreu várias mudanças, incluindo o adiamento dos comícios, inicialmente previstos para 3 de maio.

Com as novas disposições, a posse das novas autoridades – entre elas 36 senadores, 120 deputados e presidente e vice-presidente – ocorrerá entre 16 e 30 de novembro.

A nova data da eleição, dia 6 de setembro, foi acordada pelo TSE com quase todas as forças políticas e aprovada pelo Congresso bicameral em 30 de abril.

A presidente interina Jeanine Áñez emitiu no domingo a convocação às eleições, após expressar sua discordância, alegando a emergência pelo coronavírus.

Enquanto isso, o presidente do TSE, Salvador Romero, procurou aliviar a pressão afirmando que “haverá muitas semelhanças” entre a votação e “uma transação bancária”.

No entanto, os bancos têm estado lotados, apesar de a Bolívia estar em quarentena.

Uma última pesquisa realizada em março colocou o herdeiro político do ex-presidente Evo Morales, o economista Luis Arce, como favorito do eleitorado com 33,3% dos votos, seguido pelo ex-presidente centrista Carlos Mesa (18,3%) e Áñez (16,9%).

Cerca de sete milhões de bolivianos devem voltar às urnas depois que as eleições de outubro de 2019 foram anuladas, após denúncias de irregularidades e protestos violentos contra Morales, que renunciou pressionado por militares e policiais após quase 14 anos no poder.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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