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Brasil espera que retorno de Guaidó à Venezuela ocorra ‘sem incidentes’

O presidente Jair Bolsonaro (E) e o líder opositor e autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, apertam as mãos em Brasília, em 28 de fevereiro de 2019 afp_tickers

O governo brasileiro pediu neste sábado (2) que o retorno à Venezuela do líder opositor Juan Guaidó “ocorra sem incidentes” e que seus direitos e sua segurança sejam “plenamente respeitados”.

Em um breve comunicado, a Chancelaria do Brasil, um dos 50 países que reconhece Guaidó como presidente interino da Venezuela, rejeitou as “intimidações e ameaças do regime (de Nicolás) Maduro” contra ele e sua família, e manifestou a sua “expectativa” de que o retorno “ocorra sem incidentes”.

Além disso, pediu “que os direitos e segurança do presidente Guaidó, seus familiares e assessores sejam plenamente respeitados por aqueles que ainda controlam o aparato de repressão do regime”.

O opositor de 35 anos, autoproclamado presidente em 23 de janeiro, burlou a proibição de saída da Venezuela há mais de uma semana, quando compareceu a um megashow na fronteiriça cidade colombiana de Cúcuta, antes da tentativa frustrada de fazer entrar a ajuda humanitária em seu país, saída de Colômbia, Brasil e Curaçao.

Espera-se que ele retorne na segunda-feira após visitar, além da Colômbia, Brasil, Paraguai, Argentina e Equador, onde recebeu o afeto de seus presidentes.

Maduro disse há alguns dias que Guaidó, chefe do Parlamento de maioria opositora, deve “respeitar a lei” e que se retornar ao país “terá que enfrentar a Justiça”.

Durante a sua passagem por Brasília, se reuniu na quinta-feira com o chanceler Ernesto Araújo, com diplomatas europeus e com Jair Bolsonaro, que manifestou o seu apoio depois de se desculpar pelo respaldo dado a Maduro e seu antecessor, Hugo Chávez, por “dois ex-presidentes do Brasil”, em referência aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016).

Em uma declaração junto com Bolsonaro, Guaidó afirmou que retornaria “o mais tardar na segunda-feira”, apesar das ameaças “pessoais e familiares” e de “prisão por parte do regime de Nicolás Maduro”.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, que se define como chavista, havia pedido a proibição de saída de Guaidó do país em 26 de janeiro, depois que o máximo tribunal – também de linha governista – o acusou de usurpar as funções do presidente Nicolás Maduro.

Os Estados Unidos, que não descartam uma opção militar na Venezuela, advertiu que se algo acontecer com Guaidó haverá “sérias consequências”.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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