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Brasil supera as 1.000 mortes por coronavírus em 24 horas

Vista aérea de 22 de abril de 2020 mostra um sepultamento coletivo no cemitério Nossa Senhora Aparecida em Manaus, onde novas covas foram abertas para dar vazão ao aumento de óbitos por causa da pandemia de COVID-19 afp_tickers

O Brasil registrou 1.179 mortes pelo novo coronavírus em 24 horas, sua pior contagem diária desde o início da pandemia, que até agora deixou 17.971 falecidos no país, o mais afetado da América Latina, informou o Ministério da Saúde nesta terça-feira (19).

O balanço mais recente também revela que foram confirmados 17.408 novos casos em um dia, elevando o total de contágios a 271.628.

Até hoje, o recorde do número de mortos em 24 horas tinha sido registrado em 12 de maio, com 881 mortos.

Estas cifras são questionadas por especialistas, que afirmam os números reais podem ser até 15 vezes maiores, devido à elevada subnotificação pela falta de exames suficientes para testagens em larga escala.

O pico da pandemia no país está previsto para o início de junho no Brasil, que já registra mais da metade dos 30.000 óbitos da América Latina e do Caribe.

São Paulo, o estado mais rico e populoso do país, é o epicentro da pandemia, com 65.995 casos e 5.147 mortes.

O Rio de Janeiro é o segundo estado com maior número de falecimentos (3.079) e o terceiro em contagiados (27.805).

Estados do norte e do nordeste, como Ceará, Amazonas e Pernambuco, atravessam momentos dramáticos com a propagação da doença, que asfixia seus sistemas de saúde.

O Brasil é o terceiro país do mundo com maior número de contágios, depois de Estados Unidos e Rússia.

– Cloroquina desde os primeiros sintomas –

Apesar do agravamento diário da crise sanitária, o presidente Jair Bolsonaro, que qualificou o novo coronavírus de uma “gripezinha”, mantém uma campanha aberta contra as medidas de quarentena e isolamento social, implementadas em vários estados e cidades do país, onde tem se confrontado com governadores e prefeitos.

O Ministério da Saúde é comandado interinamente pelo general Eduardo Pazuelleo, em substituição ao oncologista Nelson Teich, que se tornou, depois de Luiz Henrique Mandetta, o segundo ministro da pasta a deixar a pasta por desavenças com Bolsonaro pela gestão da pandemia.

Em entrevista a um jornalista pelo aplicativo Instagram, Bolsonaro anunciou que Pazuello vai assinar um novo protocolo para recomendar o uso da cloroquina, usada no combate à malária, a partir dos primeiros sintomas.

O protocolo atual do Ministério da Saúde orienta o uso de cloroquina apenas em casos moderados a graves, apesar da falta de evidências sobre sua eficácia e das advertências de países como Canadá e Estados Unidos sobre a gravidade de seus efeitos colaterais.

Bolsonaro lembrou na entrevista que o presidente americano, Donald Trump, de quem se diz aliado, toma diariamente de forma preventiva um comprimido de hidroxicloroquina.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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