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Brasil tem novo recorde diário de infecções por coronavírus

O Brasil registrou um recorde de 70.574 novos casos de covid-19 em um dia, o número mais alto desde o início da pandemia, responsável por mais de 183.000 mortes no país afp_tickers

O Brasil registrou nesta quarta-feira um recorde de 70.574 novos casos de covid-19 em um dia, o número mais alto desde o início da pandemia, responsável por mais de 183.000 mortes no país.

O número real de contaminações foi ainda mais elevado, uma vez que o balanço não inclui os dados do estado de São Paulo, devido a problemas técnicos, explicou o Ministério da Saúde. O recorde anterior de infecções em um dia era de 69.074 casos, em 29 de julho.

Nas últimas 24 horas, foram registradas 936 mortes, de um total de 183.735 contabilizadas no país desde março. O governo de São Paulo confirmou o primeiro caso de reinfecção no estado. Trata-se de uma mulher de 41 anos, que havia desenvolvido a covid-19 em junho.

O Brasil vive, desde o início de novembro, um novo surto de casos e óbitos, que preocupa os especialistas às vésperas das festas de fim de ano, quando espera-se um fluxo maior de pessoas entre as diferentes regiões do país. O Rio de Janeiro, com 17 milhões de habitantes, é o estado com a maior taxa de mortalidade: 140 para cada 100.000 habitantes, contra 87 no país e 96 em São Paulo.

O recorde diário de casos foi registrado no mesmo dia em que o governo apresentou um plano de vacinação nacional, que poderia começar em meados de fevereiro, assim que algumas vacinas em desenvolvimento receberem o aval da Anvisa. O programa prevê vacinar, inicialmente, os grupos de risco e imunizar a maioria da população em até 16 meses.

O presidente Jair Bolsonaro, que, em várias ocasiões, minimizou a gravidade do vírus e criticou as medidas de isolamento social adotadas pelos governadores, devido ao seu impacto econômico, reconheceu nesta quarta-feira que a pandemia “aflige” os brasileiros “desde o início”. “Depois da tempestade, a bonança. São 27 governadores com um só propósito, o bem comum, a volta à normalidade”, declarou o presidente, que, recentemente, afirmou que não irá se vacinar e seguidamente colocou em dúvida a segurança dos imunizantes. Bolsonaro contraiu o vírus em julho e se recuperou após quase 20 dias de repouso.

O plano oficial informa que o governo negocia a compra de cerca de 350 milhões de doses para 2021, entre elas 210 milhões da vacina desenvolvida pela Oxford em conjunto com a AstraZeneca e a Fiocruz; 42 milhões do conglomerado internacional Covax e mais de 70 milhões da Pfizer. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, indicou que o programa poderia incluir a vacina chinesa Coronavac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan e que foi objeto de polêmica entre Bolsonaro e o governador João Doria.

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