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Carreata em Brasília apoia Bolsonaro após polêmica renúncia de Moro

Partidários do presidente Jair Bolsonaro se manifestam em seu apoio em Brasília, 26 de abril de 2020 afp_tickers

Centenas de pessoas realizaram neste domingo (26) uma carreata em Brasília para expressar apoio ao presidente Jair Bolsonaro, depois da renúncia do ex-juiz Sergio Moro ao cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública, acusando o chefe de Estado de “interferir” em investigações policiais.

Com bandeiras do Brasil penduradas nas janelas dos carros e fazendo buzinaço, os manifestantes bolsonaristas percorreram o Eixo Monumental até o Congresso Nacional.

Algumas pessoas exibiam cartazes com o rosto de Moro, nos quais escreveram a palavra “traidor”. Até a sexta-feira, o ex-juiz, símbolo da luta contra a corrupção no Brasil, era o ministro mais popular do governo.

“Apoio a Bolsonaro” e “Fora Maia” diziam outros cartazes levados por manifestantes a pé, pedindo a saída do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, acusado pelo presidente de conspirar para tirá-lo do poder.

Moro renunciou na sexta-feira, depois que Bolsonaro decidiu demitir o diretor-geral da Polícia Federal (PF) Maurício Valeixo, para colocar no cargo um homem de sua confiança, que lhe desse “informações de inteligência” e sobre investigações, entre outras coisas, denunciou o ex-juiz.

“Prestar esse tipo de informação não é papel da Polícia Federal. As investigações devem ser preservadas”, disse Moro.

O ex-ministro também afirmou que Bolsonaro se disse preocupado com algumas investigações em curso e que esta era uma das razões pelas quais queria trocar Valeixo, nomeado na PF por Moro.

Em rede nacional e acompanhado de ministros, Bolsonaro negou as “acusações infundadas” de Moro e o criticou por agir movido pelo “ego” e por ambições pessoais.

“Lamentavelmente o ex-ministro mentiu sobre interferência na PF”, escreveu Bolsonaro neste domingo no Twitter.

Para o lugar de Valeixo, Bolsonaro nomeou Alexandre Ramagem, atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), e ainda analisa uma lista de candidatos para substituir Moro.

A saída de Moro ocorreu em plena crise sanitária mundial, que na semana passada provocou a demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, por desavenças com Bolsonaro sobre as estratégias para enfrentar a pandemia do novo coronavírus.

Na ocasião, os simpatizantes do presidente também fizeram manifestações em Brasília, algumas das quais foram saudadas pelo presidente, apesar das medidas de isolamento social recomendadas para conter a disseminação da COVID-19.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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