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Colômbia descarta debater crise com Venezuela na Unasul se não for esta semana

(Arquivo) A chanceler da Colômbia, María Ángela Holguín afp_tickers

A Colômbia descarta participar de uma reunião extraordinária de chanceleres para tratar da crise fronteiriça com a Venezuela se a reunião não acontecer ainda esta semana, anunciou nesta terça-feira a chanceler María Ángela Holguín.

“Nós dissemos que queríamos uma reunião no Unasul esta semana porque queríamos debater e mostrar o que está acontecendo, e se não for esta semana, não acho que valha a pena”, declarou à Blu Radio.

Uma reunião a Unasul estava prevista para quinta-feira, mas foi adiada.

Segundo fontes oficiais, o encontro não poderá ser realizado na próxima quinta-feira porque a chanceler da Venezuela, Delcy Rodríguez, estará em visita oficial a China e Vietnã.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, por sua vez, afirmou estar ansioso pela reunião da Unasul.

“Quero expor todas as provas que tenho da guerra econômica contra a moeda venezuelana”, afirmou Maduro, que também se encontra em Pequim.

“Sobram provas da guerra contra a economia venezuelana, do contrabando, do paramilitarismo”, acrescentou.

Por outro lado, a OEA rejeitou na segunda-feira o pedido da Colômbia para uma reunião especial de chanceleres sobre a crise diplomática entre Bogotá e Caracas provocada pelo êxodo forçado de milhares de colombianos do território venezuelano.

A convocação da reunião extraordinária de chanceleres da Organização dos Estados Americanos (OEA), proposta pela chanceler colombiana obteve 17 votos, um a menos que o necessário.

O pedido foi apoiado por Uruguai, Estados Unidos, Chile e México, entre outros, e rejeitado por Equador, Haiti, Bolívia e Nicarágua.

Segundo a chanceler colombiana, com a decisão de não convocar os ministros das Relações Exteriores “quem perdeu foi o continente, perdeu a OEA por não haver um debate tão importante”.

O embaixador venezuelano, Roy Chaderton, defendeu diante da OEA a decisão “democrática” de seu governo de fechar a fronteira com a Colômbia e deportar colombianos, e expressou sua “suspeita” de que a reação de Bogotá corresponde a interesses eleitorais, prévia às eleições locais em outubro.

Segundo números do governo colombiano, as autoridades venezuelanas deportaram cerca de mil de seus compatriotas e mais de 6.000 voltaram a seu país voluntariamente por medo de serem expulsos à força, ficarem separados de sua família e perderem seus pertences.

A tensão entre Bogotá e Caracas começou em 19 de agosto com o fechamento de alguns pontos fronteiriços pelo presidente Maduro após um ataque de desconhecidos a militares venezuelanos, que o governo da Venezuela atribui a “paramilitares colombianos”.

A crise se aprofundou mais na quinta-feira passada, quando os dois países chamaram para consultas seus embaixadores.

Na sexta-feira Maduro ampliou um estado de exceção par a dez municípios da zona fronteiriça “para limpar o paramilitarismo, a criminalidade, o contrabando, os sequestros e o narcotráfico”.

Segundo González, entre os refugiados encontram-se “mais de 244 meninos e meninas. Não são paramilitares”, afirmou.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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