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Congresso do Equador destitui ministra por repressão a protestos

(Arquivo) A ministra equatoriana do Interior, María Paula Romo afp_tickers

O Congresso do Equador destituiu na terça-feira a ministra do Interior, María Paula Romo, por considerar que ela não cumpriu suas funções durante os protestos violentos de 2019, considerados pelo Executivo como uma tentativa de golpe de Estado.

Com 104 votos de 134 deputados presentes em um julgamento que aconteceu de modo virtual, a Assembleia Nacional resolveu “censurar e destituir a ministra e notificar todas as funções do Estado para que iniciem as investigações no âmbito de suas competências”, anunciou o Legislativo em sua conta no Twitter.

Paula Romo foi denunciada pelo uso de bombas de gás lacrimogêneo fora da validade para dispersar manifestantes e atacar centros de assistência humanitária onde estavam abrigados indígenas que se opunham à alta do preço dos combustíveis decretada pelo governo de Lenín Moreno, que foi derrogada.

Segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), os protestos de outubro de 2019 deixaram 14 mortos e mais de 1,3 mil feridos.

“Não concordo, mas acatarei a decisão da Assembleia”, declarou o presidente Moreno.

“Com a saída da ministra, o governo perde uma funcionária valiosa e o país perde o serviço de uma cidadã corajosa e comprometida”, completou.

Lenín Moreno, que classificou os protestos como uma tentativa de golpe de Estado, também expressou apoio à polícia e afirmou que a ação da força de segurança foi “prudente” durante os protestos que aconteceram de 3 a 13 de outubro.

O presidente nomeou como novo ministro do Interior o vice-ministro da pasta, o general Patricio Pazmiño.

Paula Romo agradeceu o apoio do presidente.

“Obrigado ao governo do presidente @Lenin por sua confiança e aos que acompanharam os 26 meses de gestão. Obrigado a @PoliciaEquador por seu trabalho e compromisso. Desejo êxitos ao novo ministro”, escreveu no Twitter.

Pelo menos 25 membros da Assembleia de diferentes partidos participaram do julgamento contra a ministra para questionar a sua gestão.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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