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Criador do veículo de exploração lunar chinês agora visa Marte

"Coelho de Jade" na Lua, em imagem divulgada pela CCTV, em dezembro de 2013 afp_tickers

O pai do “Coelho de Jade”, o módulo de exploração lunar chinês, quer enviar a Marte uma versão de seu veículo teleguiado, informou a agência oficial chinesa.

“Espero que até me aposentar, o povo chinês possa iniciar a exploração de Marte”, declarou Jia Yang em entrevista divulgada na noite de quinta-feira pela agência Xinhua.

“Espero que possamos enviar para lá uma versão melhorada do ‘Coelho de Jade'”, acrescentou, em alusão ao módulo lunar cuja concepção ele supervisionou.

Jia também relatou seu desespero quando o robô, que pousou em meados de dezembro em solo lunar, parou de se comunicar com a Terra algumas semanas atrás.

O “Coelho de Jade” (“Yutu”, em mandarim, um nome que faz referência à mitologia chinesa) é um veículo 4×4 high-tech com seis rodas.

O módulo teve um problema mecânico causado pelo “entorno complicado da superfície lunar”, explicou no fim de janeiro a administração federal chinesa encarregada do programa espacial.

Os cientistas temeram que não tivesse sobrevivido às frias noites lunares, que duram o equivalente a 14 dias terrenos.

“É como se tivesse sido engolido por um monstro, que seu espírito estivesse lúcido, mas que não pudesse se mover”, explicou Jia Yang para descrever suas emoções da época.

Mas, finalmente, o contato se restabeleceu com o “Coelho de Jade” em meados de fevereiro para alívio dos meios de comunicação nacionais.

As autoridades declararam que a missão tinha sido um “sucesso total”, mas que os problemas mecânicos do robô estavam se acumulando. As últimas informações remontam a maio e indicavam que o veículo estava cada vez mais “debilitado”.

Pequim, que tem um grande atraso tecnológico, considera seu programa espacial um símbolo da ascensão da China entre as potências mundiais.

A alunissagem sem incidentes do “Coelho de Jade” – uma façanha que só os Estados Unidos e a União Soviética alcançaram anteriormente e que não se repetiu em mais de 37 anos – foi motivo de grande orgulho na China, onde a população se entusiasma com as proezas do robô.

O programa espacial chinês deve instalar uma estação permanente em órbita antes de 2020 para, a longo prazo, mandar um homem à Lua.

Uma autoridade científica citada pela imprensa oficial informou, em 2012, que a China pretende coletar amostras em Marte antes de 2030.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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