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Cuba expressa ‘protesto enérgico’ pela expulsão de um diplomata na Colômbia

Manifestantes enfrentam tropas de choque durante protesto contra o governo do presidente Ivan Duque na praça Bolívar, em Bogotá, em 5 de maio de 2021 afp_tickers

O Ministério das Relações Exteriores cubano convocou o embaixador colombiano em Havana para uma conversa, nesta sexta-feira (7), de forma a expressar seu “enérgico protesto” depois que Bogotá declarou um diplomata cubano persona non grata, ato considerado “hostil” por Cuba.

“Hoje convocamos o embaixador da Colômbia (Juan Manuel Corzo Román) para transmitir por meio de nota verbal nosso enérgico protesto contra a decisão”, disse Eugenio Martínez, diretor para a América Latina do Ministério das Relações Exteriores de Cuba em sua conta no Twitter.

O funcionário exigiu que “os supostos motivos para esse decisão incomum sejam apresentados”.

A chancelaria colombiana declarou na quinta-feira o primeiro secretário da embaixada cubana em Bogotá, Omar Rafael García Lazo, como “persona non grata”.

A Colômbia declarou que tomou essa decisão após verificar “que estava desenvolvendo atividades no país incompatíveis com o previsto na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas”, segundo um tweet da chancelaria na sexta-feira.

Esta decisão é “infundada” e afeta o funcionamento normal da embaixada cubana na Colômbia, disse Martinez, assegurando que “os diplomatas cubanos cumprem com seriedade e rigor” a Convenção de Viena.

O Ministério das Relações Exteriores de Cuba disse, em outra mensagem no Twitter, que esta “ação injustificada visa desviar a atenção da comunidade internacional e da sociedade colombiana da violenta repressão das forças militares e policiais contra os manifestantes que causou dezenas de mortes e centenas de feridos”.

Desde 2019, o presidente Iván Duque enfrenta protestos massivos em todo o país, que desde 28 de abril cresceram fortemente, na rejeição a uma reforma tributária que já foi retirada, e deixaram 26 mortos e 800 feridos.

As relações entre Havana e Bogotá esfriaram com a chegada de Duque ao poder em agosto de 2018 e suas ações contra os acordos de paz com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), da qual Cuba era sede e fiadora.

Também sediou negociações semelhantes com o Exército de Libertação Nacional (ELN), suspenso por Duque. Cuba se recusou a entregar os negociadores do ELN a Bogotá.

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