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Cuba refuta ‘campanha’ dos EUA contra seus médicos em plena pandemia

Médicos e enfermeiros da Brigada Médica Internacional Henry Reeve de Cuba posam com retrato do falecido líder cubano Fidel Castro ao se despedirem antes de viajar à Itália para ajudar na luta contra a Covid-19, em Havana, 21 de março de 2020 afp_tickers

Cuba refutou nesta quinta-feira (26), mediante nota diplomática de protesto, o que chamou de uma “campanha de descrédito e mentiras” dos Estados Unidos contra seus serviços médicos internacionais, em um momento em que vários países pediram ajuda ao país para combater a Covid-19.

“A campanha de descrédito do governo dos Estados Unidos é imoral em qualquer circunstância, é particularmente ofensiva para Cuba e o mundo em um momento de pandemia que ameaça a todos nós”, manifestou-se a chancelaria.

De acordo com o documento, a diplomacia americana leva adiante “uma campanha continuada e exacerbada de descrédito e mentiras contra a cooperação médica internacional que Cuba oferece”.

Por ocasião da pandemia atual e a pedido oficial destes países, Cuba enviou brigadas médicas a Venezuela, Nicarágua, Itália, Granada, Suriname, Jamaica e Belize.

Também anuncia para esta quinta-feira a saída de outras nações do Caribe: São Vicente e las Granadinas, Dominica, Antígua e Barbuda e Santa Luzia.

Para o governo americano, “Cuba oferece missões médicas internacionais pelo Covid-19 só para recuperar o dinheiro perdido por países que abandonaram” o “abusivo” programa de serviços médicos cubanos, segundo escreveu no Twitter a embaixada dos Estados Unidos em Havana.

“Os países anfitriões que buscarem a ajuda de Cuba devem examinar os acordos e pôr fim a abusos trabalhistas”, acrescentou.

A ilha socialista, que conta com programa de serviços médicos desde a década de 1960, tem atualmente mais de 30.000 profissionais da saúde em 61 países, parte deles como cooperação gratuita e em outros, cobrando por seus serviços.

A venda de serviços médicos é, junto com o turismo, um dos motores da economia cubana, resultando em uma receita de mais de 6,3 bilhões de dólares em 2018.

Em 2019, após uma reconfiguração do mapa político na região, Cuba perdeu contratos com Brasil, Bolívia, Equador e El Salvador.

Segundo denunciou o Departamento de Estado americano, “o governo de Cuba retém a maior parte do salário de médicos e enfermeiras em missões médicas internacionais, expondo-os a condições trabalhistas atrozes”.

Cuba assegura que, em seus programas médicos, o profissional recebe uma ajuda de custo para cobrir suas despesas no país da missão enquanto continua recebendo seu salário em Cuba (US$ 50, em média).

O restante do dinheiro arrecadado, explica o governo cubano, é usado para garantir o acesso gratuito de sua população à saúde e à educação.

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