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Denúncia contra Evo Morales visa eleições na Bolívia, diz MAS

O ex-presidente da Bolívia Evo Morales durante coletiva de imprensa em Buenos Aires, 21 de fevereiro de 2020 afp_tickers

O opositor Movimento ao Socialismo (MAS) da Bolívia afirmou nesta sexta-feira (21) que a denúncia penal contra seu líder, o ex-presidente Evo Morales, por um suposto relacionamento amoroso com uma menor, busca apenas causar danos políticos a dois meses das eleições gerais.

O Ministério da Justiça boliviano informou na quinta-feira ter apresentado denúncia à Procuradoria contra Morales (2006-2019), refugiado na Argentina desde o fim do ano passado após sua renúncia pelos crimes de estupro e tráfico de seres humanos.

“Estão buscando que tenha um impacto político-eleitoral, não lhes importa o prestígio (da moça). Mostraram fotos da menina, o nome e a verdade é que em nenhum momento vi que se preocupassem com algo, se preocupam em ter um impacto eleitoral”, afirmou o porta-voz do MAS, Sebastián Michel.

O vice-ministro Guido Melgar disse que o Ministério da Justiça, que administra escritórios de proteção das mulheres e menores, também averigua outra denúncia anônima de um segundo suposto relacionamento de Morales com uma menor, com quem ele teria tido um filho.

O jornal Página Siete divulgou nesta sexta-feira em sua edição online uma carta da suposta companheira do ex-chefe de Estado, dirigida à Defensoria do Povo, na qual denuncia intimidação policial em meses passados.

“Tenho sido vítima de assédio policial”, diz a jovem, que assegurou ter sido obrigada a dizer que tinha um relacionamento com Morales.

A Bolívia terá eleições em 18 de outubro, depois da anulação do pleito de outubro do ano passado após denúncias de fraude a favor de Morales, então presidente, que renunciou em novembro em meio a protestos e motins policiais.

As pesquisas de opinião mostram um empate entre o economista Luis Arce, afilhado político de Morales, e o ex-presidente de centro Carlos Mesa, ambos com 23% das intenções de voto.

Atrás dos dois aparece a presidente interina Jeanine Áñez (12%) e o líder cívico da região de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho (6%), que impulsionou os protestos que levaram à renúncia de Morales.

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