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Desmatamento da Amazônia aumenta mais que o dobro em um ano

Imagem aérea de 23 de agosto de 2019 mostra terrenos desmatados na Amazônia afp_tickers

O desmatamento na Amazônia aumentou 104% em novembro em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados oficiais obtidos por satélite.

Com 563 km2 desmatados, esse é o número mais alto de um mês de novembro desde 2015, de acordo com o Instituto de Pesquisa Espacial (Inpe), um órgão público de referência para medir o desmatamento.

É um aumento significativo para um período em que se espera que seja menor devido à estação das chuvas.

Nos primeiros 11 meses do ano, coincidindo com o início do mandato do presidente Jair Bolsonaro, que assumiu o cargo em janeiro, o desmatamento atingiu 8.974,31 km2.

Esse número é quase o dobro do total de janeiro a novembro de 2018 (4.878,7 km2), um aumento de 83,9%.

Esses dados foram coletados com a ajuda do sistema Deter, com base em alertas de desmatamento identificados por satélite.

Outro sistema utilizado pelo Inpe, o Prodes, considerado mais confiável, mas cujos dados demoram mais para serem compilados, mostrou no final de novembro que o desmatamento na Amazônia brasileira excedeu o limite de 10.000 km2 pela primeira vez desde 2008, entre agosto de 2018 e julho de 2019, 43% a mais em relação aos 12 meses anteriores.

Esses números revelam uma progressão ainda maior, de 74,5%, do desmatamento em territórios indígenas em um ano, segundo o Inpe.

Na sexta-feira, o físico Ricardo Galvão, ex-presidente do Inpe, foi eleito um dos dez cientistas mais importantes do ano pela revista britânica Nature.

No início de agosto, ele foi demitido pelo governo Bolsonaro após ser acusado de exagerar na escala de desmatamento.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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