Detenções arbitrárias em Cuba e Venezuela são condenadas pelos EUA
Em seu relatório anual sobre Direitos Humanos, o governo americano denunciou nesta quinta-feira a repressão e as detenções arbitrárias em Cuba e na Venezuela, alertando que a corrupção minou a Justiça no país sul-americano.
Na Venezuela, “a corrupção reduziu a efetividade das forças de segurança e minou a independência de sua Justiça”, usada para perseguir opositores políticos, aponta o documento publicado pelo Departamento de Estado.
As forças da ordem também são acusadas de adotar a repressão contra as manifestações de dissidentes organizadas entre fevereiro e maio de 2014 no país, que deixaram mais de 40 mortos, e de cometer maus tratos contra os presos.
“Em 2014, o problema de direitos humanos mais significativo no país continuou sendo as severas restrições no gozo dos direitos políticos”, relata o informe.
O governo do presidente Nicolás Maduro também agiu para restringir a liberdade de expressão e de imprensa, assim como o direito à privacidade, segundo o Departamento de Estado.
Sem embaixadores acreditados nas respectivas capitais desde 2010, as relações entre Estados Unidos e Venezuela estão bastante tensas desde março passado, quando o presidente Barack Obama firmou sanções contra sete funcionários do governo venezuelano.
O documento trata ainda de Cuba, país com o qual os Estados Unidos se encontram no processo de descongelamento de relações, após mais de meio século de ruptura.
“Segundo relatos, as autoridades cubanas teriam usado ameaças, agressões físicas e intimidação” entre seus métodos para conter reuniões pacíficas, além de realizar mais de 9.000 prisões arbitrárias – o número mais alto nos últimos cinco anos.
Os cubanos continuam sem acesso independente à informação, e o uso da Internet é restringido, apontou o relatório, acrescentando que, no final do ano, o governo manifestou sua disposição de ampliar a rede de telecomunicações na Ilha.
O volumoso informe publicado todo ano pelo Departamento de Estado americano descreve, em geral, as violações de direitos humanos cometidas pelos governos e faz um levantamento da situação nessa área em cada país – menos nos Estados Unidos.
“Não incluímos nosso próprio registro nesse relatório porque não podemos ser observadores objetivos do nosso próprio comportamento”, justifica o órgão, ressaltando, contudo, que “o escrutínio de grupos de direitos humanos” foi bem-vindo.