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Epidemia de cólera mata 16 pessoas em campo de deslocados na Nigéria

Criança recebe vacina contra a cólera em Juba, Sudão do Sul, no dia 31 de julho de 2015 afp_tickers

Uma epidemia de cólera deixou 16 mortos em três campos de deslocados que fogem dos ataques perpetrados pelo grupo islamista Boko Haram no nordeste da Nigéria – anunciou nesta quarta-feira a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF).

“Em 16 de setembro, um balanço oficial dava conta de 172 doentes e 16 mortos”, declarou a MSF em comunicado.

Os campos atingidos pela epidemia estão em Maiduguri, capital do estado de Borno, alvo regular do Boko Haram, cuja violência e repressão pelo exército deixaram ao menos 15.000 mortos e mais de dois milhões de deslocados desde 2009.

Ghada Hatim, responsável pelas operações da MSF na Nigéria, e Chibuzo Okonta, responsável pelos projetos de emergência da ONG em Paris, pediram ajuda a outras organizações humanitárias internacionais.

“As condições de vida e higiene nos campos eram e continuam sendo favoráveis à proliferação deste tipo de epidemia. Precisamos de reforços”, pediu Okonta.

Os primeiros casos de cólera, doença altamente contagiosa caracterizada por uma diarreia que rapidamente leva à desidratação que, caso não seja rapidamente tratada, causa uma morte rápida, apareceram no mês passado num campo de Maiduguri, que abriga 1,4 milhões de deslocados. Dois outros campos foram afetados em seguida.

A Agência Nacional de Gestão de Emergências (Nema) declarou que a epidemia havia sido “controlada”, garantindo ter registrado “um ou dois casos” em apenas um campo.

A cólera é transmitida geralmente pela água contaminada por fezes humanas. As epidemias desta doença nas favelas ou campos de refugiados ou deslocados – que carecem de água potável ou vasos sanitários – são frequentes.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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