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Especialista considera difícil fazer remédio experimental contra o Ebola

Mulher lava mãos com mistura de água e cloro como medida preventiva contra o vírus Ebola, em 31 de julho de 2014, num hospital na capital da Libéria, Monróvia afp_tickers

Um remédio experimental, dado aos dois pacientes americanos contaminados com Ebola – um médico e uma missionária -, é produzido a partir de folhas de tabaco e é difícil de produzir em escala, alertou um especialista americano nesta terça-feira.

Conhecido como ZMapp, o soro consiste de três anticorpos manufaturados com folhas modificadas de tabaco, que levam semanas para crescer.

Ele teria sido administrado às pressas ao médico Kent Brantly e à missionária Nancy Writebol, que se contaminaram com o Ebola enquanto tratavam de doentes na Libéria.

Os dois apresentaram melhora em seu estado de saúde e agora estão sendo acompanhados em uma unidade de isolamento de um hospital de Atlanta, Geórgia (sudeste dos EUA).

“Não podemos dizer neste momento que esta droga seja particularmente promissora”, afirmou Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas.

“Os dados com animais são muito pobres e o uso dele em pacientes é sugestivo de que possa ter um efeito favorável, mas, já que há apenas dois pacientes, eu acredito que é preciso cautela ao tomar uma decisão definitiva”, explicou à AFP.

Não existem remédios ou vacinas no mercado contra o vírus Ebola, que causa febre, vômitos, diarreia, dores musculares e, às vezes, falência dos órgãos e hemorragias.

A atual epidemia no oeste da África é a maior da história, com 887 mortos e mais de 1.600 infectados.

Ainda não foram feitos testes de segurança em humanos com o ZMapp, que foi identificado inicialmente como um candidato a remédio em janeiro.

“Sendo assim, atualmente há pouca disponibilidade deste medicamento”, alertou a companhia em um comunicado, no qual acrescentou que está trabalhando para aumentar a escala de produção o quanto antes.

O ZMapp é um projeto da Mapp Biopharmaceutical e da LeafBio, em San Diego, Califória, em conjunto com a Defyrus em Toronto, Canadá, o governo americano e a agência de saúde pública do Canadá.

Segundo Fauci, o processo de produção em escala levará tempo.

“Levará alguns meses para termos até mesmo uma quantidade modesta”, disse.

“Então, sim, queremos fazer testes clínicos, mas o fator limitante é o número de doses disponíveis”, prosseguiu.

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