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Europa lança novo par de satélites de sistema de posicionamento Galileu

Lançamento dos satélites 13 e 14 do sistema Galileo, em Kourou, na Guiana Francesa, no dia 24 de maio de 2016 afp_tickers

O sistema de posicionamento europeu Galileo, concorrente do americano GPS, ficou mais próximo de se tonar operacional nesta terça-feira, com o lançamento de um novo par de satélites, que se somarão à dúzia que já estão no espaço.

Os satélites 13 e 14 foram lançados em um foguete russo Soyuz da base espacial europeia de Kourou, na Guiana Francesa, às 08:48 GMT (05:48 em Brasília), conforme estava previsto previsto, de acordo com agências espaciais.

Após uma viagem de quase quatro horas, os satélites de 700 kg entraram na órbita da Terra a uma altitude de 23.522 km.

“Nomeado em homenagem ao astrônomo que localizou a verdadeira posição da Terra no Sistema Solar, o sistema de navegação por satélite Galileu, que vai ajudar a Europa a encontrar o seu caminho no século XXI, tem agora 14 satélites em órbita”, anunciou a Agência Espacial Europeia (ESA).

O astrônomo italiano Galileu Galilei, do século XVII, foi julgado por heresia e preso pela Igreja Católica por afirmar que a Terra girava em torno do Sol.

O sistema multibilionário que leva o nome do ‘pai da ciência moderna’ pretende englobar, no total, 30 e poucos satélites – o número final ainda não foi determinado -, oferecendo serviços de navegação e de busca e salvamento.

“O lançamento desta manhã (…) marca mais um passo em direção à independência europeia na navegação por satélite”, disse Stephane Israel, presidente da empresa de lançamento Arianespace.

Outro lançamento está previsto para acontecer até o final do ano – desta vez, de quatro satélites em um único foguete, elevando o total de satélites para 18 e permitindo que o Galileo comece a fornecer sinais utilizáveis.

Israel disse à AFP que o objetivo é que o próximo lançamento seja feito em 17 de novembro.

Mais moderno que o americano Sistema de Posicionamento Global (GPS), o Galileo vai trabalhar com instrumentos de alta tecnologia, que devem permitir-lhe oferecer um sinal mais preciso, segundo seus criadores.

O projeto, porém, tem sido afetado por atrasos, falhas técnicas e dificuldades orçamentárias.

O lançamento do sétimo e oitavo satélites, em março do ano passado, foi atrasado em cerca de três meses para que os engenheiros tivessem tempo de investigar um incidente ocorrido em agosto de 2014, quando os satélites cinco e seis foram enviados para uma órbita irregular.

Esse incidente foi atribuído a tubos de combustível congelados na quarta etapa do foguete Soyuz, chamada Fregat – um problema que a ESA afirma que já foi corrigido.

Os quatro primeiros satélites, denominados In-Orbit Validation (IOV), foram lançados em 2011 e 2012.

Em março de 2013, o quarteto conseguiu identificar sua primeira localização terrestre, com uma precisão de entre 10 e 15 metros.

Recuperando o atraso

No entanto, o lançamento dos satélites cinco e seis – que deveriam ser os primeiros do Galileo a funcionarem plenamente – foi adiado por mais de um ano devido a “dificuldades técnicas”.

A isso se seguiram problemas de lançamento dos satélites sete e oito, que a ESA diz que foram, desde então, empurrados para mais perto da órbita pretendida, embora a sua utilidade final para o sistema ainda não tenha sido determinada.

Outro satélite IOV4, entre os quatro primeiros lançados, desenvolveu problemas na antena, de acordo com a ESA, mas ainda é capaz de transmitir em uma frequência.

A agência espacial esperava inicialmente que seu serviço de navegação estivesse disponível a partir de 2014.

O lançamento desta terça-feira, o sétimo do Galileo, foi agendado tardiamente, em uma tentativa de acelerar a implantação do projeto, financiado pela Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia.

“O lançamento de hoje deixa o Galileo na metade do caminho para a conclusão” do projeto, disse Paul Verhoef, diretor do Galileo na ESA.

A Comissão Europeia prevê um orçamento de sete bilhões de euros (7,8 bilhões de dólares) para o Galileo até 2020.

Os próximos 12 satélites serão enviados com o lançador europeu Ariane 5 ES, especialmente adaptado para suportar quatro satélites de cada vez.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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