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Ex-presidente interina Áñez sofre desmaio em prisão boliviana

A ex-presidente da Bolívia Jeanine Áñez chega ao palácio presidencial em 21 de novembro de 2019 em La Paz afp_tickers

A ex-presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, sofreu um desmaio em uma prisão de La Paz nesta quarta-feira (17), onde cumpre prisão preventiva enquanto é investigada pelo suposto golpe contra o ex-presidente Evo Morales em 2019.

Norka Cuéllar, a advogada de Áñez, informou à imprensa local que Áñez estava “em estado crítico” devido ao aumento da pressão.

“No momento, ela está recebendo oxigênio e está bastante afetada”, exlicou a advogada, embora as autoridades prisionais tenham garantido mais tarde que a ex-presidente está estável e sob supervisão médica.

Áñez cumpre seu quarto dia de detenção na capital boliviana depois que um juiz a sentenciou a quatro meses de prisão preventiva no último domingo, enquanto a Promotoria busca evidências para cimentar a acusação contra ela, a respeito dos incidentes registrados no final de 2019.

A ex-deputada do Movimento Ao Socialismo (MAS) Lidia Patty apresentou queixa contra Áñez, cinco ex-ministros, o governador eleito da rica região de Santa Cruz (leste), Luis Fernando Camacho, ex-chefes de polícia e militares e outros civis pelos crimes de sedição, terrorismo e conspiração. Os ex-ministros da Justiça e Energia também foram presos.

As prisões geraram protestos nesta semana entre os apoiadores da ex-presidente de direita em várias cidades do país andino, principalmente em Santa Cruz.

Também houve repercussão internacional. O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, afirmou que “o sistema judicial boliviano não está em condições de oferecer as garantias mínimas de um julgamento justo” e pediu a libertação dos detidos.

O Ministério das Relações Exteriores boliviano considerou as declarações de Almagro como “provocações maliciosas”, que “visam favorecer os interesses privados e políticos que representa”.

Áñez substituiu o esquerdista Evo Morales em novembro de 2019, que renunciou em meio a violentos protestos sociais de opositores que o acusaram de fraude nas eleições presidenciais do mês anterior e com as quais ele pretendia permanecer no poder até 2025.

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