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Ex-presidente Temer se entrega à polícia federal

O ex-presidente brasileiro Michel Temer, em junho de 2017 afp_tickers

O ex-presidente Michel Temer, que enfrenta acusações de corrupção, se entregou na tarde desta quinta-feira na sede da Polícia Federal em São Paulo, um dia depois da justiça decidir pela volta à prisão preventiva.

O ex-chefe de Estado (2016-2018) de 78 anos deixou a casa em que vive na zona oeste da capital paulista no assento traseiro de um carro com vidros escuros e, resguardado por um pequeno comboio, chegou à sede da Polícia Federal em São Paulo por volta das 15H00.

A apresentação voluntária foi anunciada por Temer na noite de quarta-feira pouco depois de um tribunal de apelações determinar o regresso à prisão do político, que em março passado ficou detido preventivamente durante quatro dias no Rio de Janeiro, onde é alvo de investigação por suspeita de recebimento de propina da construtora Engevix, em troca de contratos na execução da construção da usina de Angra.

“Para mim foi uma surpresa desagradável, mas amanhã me apresento voluntariamente”, disse Temer na véspera.

O Ministério Público Federal (MPF) investiga “crimes de corrupção, desvio de verbas e lavagem de dinheiro”, com “pagamentos ilícitos” efetuados por um empresário “para a organização criminosa liderada por Michel Temer”.

O ex-presidente foi solto em março por ordem de um juiz da corte de apelações TRF2 (Tribunal Federal da Segunda Região), que lhe concedeu um “habeas corpus” por considerar que não existem motivos legais para mantê-lo preso antes da conclusão do processo.

Mas nesta quarta-feira, por uma votação de 2 contra 1, o mesmo tribunal determinou o retorno de Temer à prisão.

Segundo o MPF, a prisão preventiva se justifica pela suspeita de que o suposto grupo criminoso liderado por Temer, que opera há 40 anos, continua “em plena atividade”. Segundo os investigadores, o grupo teria “obtido a promessa, o pagamento ou desvio de 1,8 milhão de reais”.

O advogado de Temer, Eduardo Carnelós, lamentou a decisão e pediu para que a custódia do ex-presidente seja em São Paulo por questões logísticas e familiares.

A defesa também entrou com um pedido de habeas corpus.

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