FACTCHECK: Ex-procuradora-geral venezuelana Luisa Ortega não tem ordem de prisão na Colômbia
A ex-procuradora-geral da Venezuela Luisa Ortega, refugiada na Colômbia desde 2017 depois de romper com o governo de Nicolás Maduro, não possui mandado de prisão no país, esclareceu à AFP uma fonte do Ministério Público colombiano.
Diversas publicações compartilhadas nas redes sociais comentavam que o órgão havia ordenado a prisão de Ortega, depois de sua recusa a atender a três intimações de um processo judicial por calúnia.
Uma fonte do Ministério Público de Bogotá contou à AFP que a informação é falsa.
Desde o último ano houve uma denúncia contra Ortega, mas não houve desdobramentos recentes no caso, acrescentou.
A ex-funcionária foi demitida do cargo pela Assembleia Constituinte em 2017, após romper com o governo de Maduro.
Antes de fugir para Bogotá, onde atualmente reside, denunciou a violação da ordem constitucional na Venezuela.
Atualmente é reconhecida como procuradora-geral pelo chefe do Legislativo venezuelano, Juan Guaidó, que é reconhecido como presidente interino do país pelos Estados Unidos, Colômbia e cinquenta outros governos.
- Acusação sem prisão -
Ortega enfrenta um processo de calúnia na Colômbia, um crime "plausível" que não leva à prisão do acusado, segundo a fonte da promotoria que pediu para não ser identificada.
Por sua vez, Luisa Ortega ressaltou que não é verdade que haja um mandado de prisão contra ela.
No entanto, ao contrário do que alega o MP, Ortega garante que é falso que haja uma queixa por difamação contra ela.
"Não é verdade que na Colômbia haja alguma investigação contra mim em nenhuma promotoria, muito menos que me tenham convocado e que eu me recusei a comparecer e que por isso emitiram um mandado de prisão contra mim", declarou à AFP.
Mas a promotoria insistiu que a investigação é real e que havia três pedidos para que comparecesse perante a promotoria 63 da capital colombiana em outubro e dezembro de 2019.
No entanto, não foram fornecidos detalhes sobre os dados do denunciante.
Ortega comentou que nunca foi notificada e que os documentos das citações que circulam nas redes sociais "mostram falsidade".
A fonte do Ministério Público insistiu que não há novidades nesse processo: "Acho que não vai acontecer nada por enquanto".
Quanto ao suposto mandado de prisão, "é simplesmente uma coisa [...] que veio da Venezuela, mas não temos nada do que está sendo falado" nas redes sociais.