Família de general chavista desaparecido revela que ele está preso
O general Raúl Baduel, ex-ministro da Defesa durante o governo de Hugo Chávez, cujo paradeiro era desconhecido há três semanas, está detido na sede do serviço de Inteligência (Sebin) em Caracas, informou sua família.
Baduel encontrou na quinta-feira seus filhos, Andreína e Adolfo, que foram contatados por telefone pelo procurador-geral Tarek William Saab.
“Eles o mantém no Sebin da Praça Venezuela, conhecido como ‘La Tumba’. Está física e espiritualmente fortalecido, apesar das condições do local de reclusão”, informou sua filha à imprensa.
Segundo a jovem, o oficial da reserva, considerado um dos principais “presos políticos” do país, “está com a mesma roupa de quando foi transferido”, em 8 de agosto, da prisão militar de Ramo Verde, nos arredores de Caracas.
A esposa do ex-ministro, Cruz María de Baduel, denunciou nesta sexta-feira o procurador-geral por ter supostamente ocultado o paradeiro de seu marido.
A família havia denunciado o caso como um “desaparecimento forçado”.
A filha indicou que o Sebin proibiu a entrega de objetos de uso pessoal e medicamentos que Baduel, de 62 anos, usa para controlar a pressão arterial.
A oposição afirma que há 590 “presos políticos” na Venezuela.
Quando ministro de Chávez (1999-2013), Baduel ajudou a restituir o presidente após o golpe de Estado de abril de 2002 que o tirou brevemente do poder, mas logo se tornou seu adversário.
O ex-militar deveria ter sido libertado em março, após cumprir sete anos e 11 meses de prisão por corrupção. Mas o Ministério Público apresentou novas acusações por suposta conspiração para derrubar o presidente Nicolás Maduro.