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General dos EUA morre em ataque de soldado afegão em Cabul

Soldados da Otan na cidade afegã de Parwan afp_tickers

Um soldado afegão atacou nesta terça-feira um complexo militar perto de Cabul, matando um general americano e ferindo vários soldados afegãos e da Otan, incluindo um general alemão.

“Posso confirmar que entre as vítimas há um general americano que foi morto”, declarou o porta-voz do Pentágono, o contra-almirante John Kirby, à imprensa.

De acordo com Kirby, esta foi a baixa americana de mais alta patente desde os atentados de 11 de setembro de 2001, quando o tenente-general Timothy Joseph Maude morreu quando terroristas jogaram um avião sequestrado contra o Pentágono.

Segundo o porta-voz, além do general, mais de 15 pessoas ficaram feridas no ataque contra a academia militar de Cabul, algumas delas gravemente.

De acordo com o Exército da Alemanha, um general de brigada do país está entre os feridos, mas não corre risco de morte.

O ataque ocorreu às 12h00 no horário local (04h30 de Brasília) na academia militar Afghan National Army Officers Academy (ANAOA), onde são formados os oficiais do Exército afegão com a ajuda de conselheiros da força da Otan originários de Grã-Bretanha, Austrália, Nova Zelândia, Noruega e Dinamarca.

Kirby afirmou que o tiroteio será investigado de forma conjunta pelo Exército afegão e pela força internacional da Otan no Afeganistão (Isaf).

Por enquanto, a autoria do ataque não foi reivindicada.

Mais cedo, a Presidência afegã confirmou a morte de um “oficial estrangeiro” nesta terça à noite em um comunicado e condenou “nos termos mais firmes este ataque dos inimigos do Afeganistão”.

Ataques mortais

O porta-voz do Ministério da Defesa afegão, Mohammad Zahir Azimi, informou no Twitter que um “terrorista vestindo o uniforme afegão abriu fogo contra os oficiais do Exército afegão e seus colegas estrangeiros, ferindo várias pessoas”.

“O Ministério da Defesa condena com veemência este ataque. O agressor foi morto pelo Exército afegão”, acrescentou.

Vários ataques mortais de soldados ou policiais afegãos contra as tropas da Otan foram registrados desde a queda do regime talibã, no final de 2001. No entanto, houve uma queda nas ocorrências nos últimos meses.

Desde o início da intervenção da coalizão internacional no Afeganistão, 2.340 soldados americanos morreram, segundo o site especializado iCasualties.

Em fevereiro, dois afegãos com fardas militares mataram dois soldados americanos na província de Kapisa, no leste do Afeganistão.

Esses ataques aumentam a desconfiança entre as forças afegãs e a Isaf, e têm obrigado esta a incorporar soldados adicionais encarregados de evitar esses ataques durante as operações conjuntas.

A Isaf, composta principalmente de soldados americanos, deve se retirar do país no final do ano. Depois disso, uma força de cerca de 10.000 soldados americanos poderá permanecer para apoiar o governo afegão, ameaçado pela insurgência talibã, caso Cabul assine um acordo de segurança com Washington.

Enquanto isso, as autoridades afegãs acusaram nesta terça-feira a Isaf de matar quatro civis em um ataque aéreo na província de Herat (oeste).

“Depois de disparos de foguetes contra a base aérea de Shindand, uma aeronave efetuou ataques em direção à área de onde partiram os tiros”, disse à AFP o vice-governador de Herat, Asiludin Jami.

“Um homem, uma mulher, uma criança e um adolescente foram mortos. Todos eram civis”, acrescentou.

A Isaf indicou em um comunicado que leva a sério todas as acusações de mortes de civis e que estava analisando esse incidente.

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