Governador porto-riquenho nomeia sucessor após escândalo do 'chatgate'
O governador de Porto Rico, Ricardo Rosselló, que vai deixar o cargo na sexta-feira após a polêmica pelo vazamento de mensagens preconceituosas, nomeou como secretário de Estado Pedro Pierluisi, que poderá comandar o governo até as eleições de 2020 caso sua indicação seja aprovada pela Assembleia Legislativa local.
"Ponderei várias opções para exercer essa posição e a enorme responsabilidade que isso acarreta. O momento histórico requer uma pessoa capaz de restabelecer relações com todos os setores, a nível local e nacional", informou Rosselló através de um comunicado.
O governador convocou uma sessão extraordinária da Assembleia Legislativa na quinta-feira para avaliar a nomeação.
"Porto Rico vive momentos nunca antes vistos e todos nós temos que fazer a nossa parte para progredir ", acrescentou Pierluisi." Hoje eu quero dar um passo à frente para o bem-estar do meu país".
Pierluisi, que é advogado, foi comissário residente de Porto Rico em Washington de 2009 a 2016 e, após perder para Rosselló a indicação do Partido Novo Progressista (PNP) para concorrer ao governo local há três anos, se dedicou à iniciativa privada. Anteriormente, foi secretário de Justiça de Pedro Rosselló, pai do atual governador.
- "Deixar a casa limpa" -
O anterior secretário de Estado, Luis Rivera, pediu demissão quando foram divulgadas no dia 13 de julho trocas de mensagens ofensivas e preconceituosas entre ele e outros membros do governo.
Quem deveria substituí-lo era a ministra da Justiça, Wanda Vázquez, que anunciou que não estava interessada em assumir o cargo e, consequentemente, ser indicada para ficar à frente do governo.
Rosselló renunciou na quarta-feira passada e abandonará oficialmente o cargo nesta sexta-feira.
Assim, ele cedeu às fortes pressões de seu partido e as duas semanas de protestos organizados por artistas porto-riquenhos, sindicatos e a sociedade civil, que exigiam sua renúncia após a divulgação do "chatgate".
O governador e onze integrantes de sua administração - entre eles Rivera - compartilharam mensagens que seus críticos consideraram ofensivas para mulheres, homossexuais e vítimas de furacões que destruíram a ilha em 2017.
Porto Rico, de 3,2 milhões de habitantes, é um território americano no Caribe e tem um delegado com voz mas sem direito a voto na Câmara de Representantes. O PNP luta para que Porto Rico seja anexado como estado dos Estados Unidos.