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Governo da Colômbia espera assinar paz com Farc no fim de agosto

O ministro para o pós-conflito, Rafael Pardo, em Bogotá, no dia 26 de maio de 2016 afp_tickers

O governo da Colômbia espera selar a paz com a guerrilha Farc na segunda metade de agosto e realizar no mês seguinte o plebiscito para referendar o acordo, disse nesta sexta-feira em Washington o ministro para o pós-conflito, Rafael Pardo.

“A assinatura do acordo final deverá ser – a data não está definida – na segunda metade de agosto; nos próximos trinta dias teremos um acordo final”, disse Pardo durante um painel no Wilson Center, um centro de análise na capital americana.

A partir desta data, o presidente Juan Manuel Santos poderá convocar a realização de um plebiscito, incluindo o acordo, para que os colombianos decidam se aceitam ou não o pacto com a guerrilha comunista.

Mas antes, a Corte Constitucional da Colômbia deverá se pronunciar sobre a legalidade da consulta, outro ponto acordado entre as partes. “Dentro de duas semanas a corte dirá que o plebiscito é legal”, afirmou Pardo.

A consulta “deverá ocorrer no fim de setembro (…) talvez no último domingo de setembro”, apontou.

Na iminência de um acordo com as Farc, Pardo destacou que ainda falta muito a ser feito para a paz ser sustentável, ao realizar um cronograma de duas décadas que permitirá a reconstrução e o fortalecimento democrático nas empobrecidas zonas rurais, afetadas por um conflito armado de mais de meio século.

“A transformação das condições das áreas rurais no país (…) tomará ao menos 20 anos e custará muitíssimo”, disse.

No último 23 de junho, o governo e o grupo rebelde selaram as condições do cessar-fogo definitivo bilateral, o desarme dos rebeldes e o mecanismo para referendar o pacto de paz, a medida que chega ao fim quatro anos de negociações em Havana.

Mas a paz com as Farc não significará o fim do conflito armado na Colômbia, onde ainda resta alcançar um acordo com o Exército de Libertação Nacional (ELN, guevarista), segunda guerrilha ativa, e terminar com os grupos criminosos remanescentes de organizações paramilitares desmontadas há uma década.

Em Washington, Pardo se reuniu com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, para discutir a assistência da entidade regional pós-conflito.

Pardo pediu à OEA que expandisse a mais áreas da Colômbia sua missão de apoio ao processo de paz e ampliasse o programa de desminagem que conduz o organismo, segundo um comunicado da missão diplomática do país sul-americano.

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