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Guaidó aumenta pressão sobre Maduro em meio a caos causado por apagão

Com um megafone, falando no teto de uma caminhonete, Guaidó afirmou que fará um giro com deputados pelo país afp_tickers

O líder opositor venezuelano Juan Guaidó convocou neste sábado, diante de milhares de apoiadores, um grande mobilização até Caracas, em data a definir, para pressionar pela saída do poder do presidente Nicolás Maduro, que responsabilizou pelo apagão que atinge o país petroleiro.

Com um megafone, falando no teto de uma caminhonete, Guaidó afirmou que fará um giro com deputados pelo país, para, em seguida, definir a data da mobilização, que, segundo ele, acontecerá “muito em breve”.

“Miraflores, Miraflores!”, gritaram, referindo-se à sede do governo, apoiadores de Guaidó reunidos na avenida Victoria, onde a polícia impediu a instalação de um palanque para a manifestação opositora.

Guaidó reiterou que está disposto a autorizar a ação de uma força estrangeira quando acreditar ser conveniente. “Intervenção!”, pediu a multidão, à qual o líder opositor respondeu parafraseando o governo de Donald Trump: “Todas as opções estão sobre a mesa.”

Maduro, que não apareceu em público durante o apagão, compareceu a uma manifestação governista que reuniu uma multidão no centro de Caracas, quando se cumprem quatro anos desde que os Estados Unidos declararam a Venezuela uma ameaça à sua segurança.

O presidente venezuelano atribui o apagão a uma “guerra elétrica promovida pelo imperialismo americano”. “Dizemos ao império que iremos vencer qualquer sabotagem que tentarem fazer. Eles foram responsáveis pelo apagão. Estamos prontos para combater em defesa da revolução”, afirmou Solandia Pacheco durante a manifestação chavista.

O gigantesco corte de energia, o pior sofrido no país de 30 milhões de habitantes, começou na quinta-feira, às 16h53 em Caracas (17h53 em Brasília) e em quase todos os 23 estados da Venezuela.

O serviço era restabelecido aos poucos neste sábado na capital e nos estados de Miranda e Vargas, mas permanecia interrompido em muitas regiões, como Táchira, Zulia e Barinas. As autoridades ainda não divulgaram um balanço da situação.

Em algumas áreas de Caracas, o serviço foi restabelecido de madrugada, mas, ao meio-dia, a energia foi novamente cortada e as comunicações voltaram a entrar em colapso.

“Não há água, luz ou comida. Não aguentamos mais”, desabafou Jorge Lugo, morador do sudeste da capital.

Os hospitais viveram situações dramáticas, e os que têm gerador os usam apenas para emergências. A oposição denunciou dezenas de mortes devido ao corte de energia, o que o ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, classificou como “falso”.

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