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HIV é detectado em exame de menina que se pensava estar livre do vírus

Um primeiro ensaio clínico com 175 pessoas está previsto para começar no final deste ano nos Estados Unidos, Brasil, África do Sul e Malawi, com a mesma terapia antirretroviral. afp_tickers

Uma menina nascida no estado do Mississippi (sul dos Estados Unidos) e que se acreditava estar livre do HIV, teve a infecção detectada novamente, informaram cientistas americanos nesta quinta-feira.

A menina, agora com quatro anos, nasceu em 2010 de uma mãe soropositiva que não recebeu tratamento durante a gravidez. Ainda bebê, ela recebeu uma poderosa dose de medicação antirretroviral 30 horas depois do nascimento e seu exame deu negativo para o HIV.

Ela parou de tomar a medicação para suprimir o vírus da imunodeficiência adquirida quando tinha 18 meses, mas de alguma forma se manteve livre da doença, não demonstrando traços detectáveis do vírus por mais de dois anos.

Seu caso fez surgir a esperança de que os médicos pudessem ter encontrado uma forma de curar crianças pequenas que nascem soropositivas, simplesmente tratando-as com medicação precocemente.

“Certamente, é uma decepcionante reviravolta de acontecimentos para esta criança. A equipe médica envolvida em seus cuidados, e a comunidade de pesquisas sobre HIV e Aids”, disse Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas.

A menina foi examinada durante uma visita clínica de rotina no começo do mês e foram encontrados níveis detectáveis de HIV no sangue, assim como uma contagem reduzida de linfócitos T e a presença de anticorpos do HIV.

Todos estes fatores indicavam que o HIV está novamente se replicando de forma ativa em seu corpo.

Agora, a menina está sendo novamente tratada com medicação antirretroviral e está se saindo bem, disse Fauci.

“O caso da menina do Mississippi indica que o tratamento com medicamentos antirretrovirais nesta criança infectada com o HIV não eliminou completamente o reservatório de células infectadas pelo HIV, estabelecida na infecção, mas pode ter limitado consideravelmente seu desenvolvimento e evitou a necessidade de medicamento com antirretrovirais durante um período considerável”, disse Fauci.

Os cientistas agora devem voltar sua atenção para entender porque e como a criança entrou em remissão, com a esperança de estender ainda mais este período em casos futuros.

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