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Hugo Chávez e Odebrecht financiaram ex-presidente peruano, diz promotor

O então presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e seu colega peruano Ollanta Humala enquanto assinam acordos durante uma cerimônia em Bolívar em 7 de janeiro de 2012 afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 22. fevereiro 2022 - 21:23
(AFP)

O Ministério Público do Peru acusou nesta terça-feira (22) o ex-presidente Ollanta Humala e sua mulher de terem recebido dinheiro ilícito do governo venezuelano de Hugo Chávez e da construtora brasileira Odebrecht para suas campanhas de 2006 e 2011, no segundo dia de julgamento contra o ex-presidente.

"Será mostrado que Ollanta Humala e Nadine Heredia receberam dinheiro ilícito do governo da Venezuela por meio do ex-presidente Hugo Chávez e também do Brasil, de uma empresa corrupta como foi a Odebrecht", disse o promotor do caso, Germán Juárez, ao começar a expor suas alegações.

O casal é acusado do crime de lavagem de dinheiro agravada, pelo qual a acusação pediu 20 anos de prisão para Humala e 26 para Heredia. A pena pedida para Heredia é maior porque inclui o crime de ocultação de fundos.

O casal é acusado de ter recebido da Odebrecht em 2011 contribuições ilegais de 3 milhões de dólares, declarou o ex-número um da empresa, Marcelo Odebrecht, a promotores peruanos.

Essas remessas teriam ocorrido a pedido do então presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva: "Foi um pedido do Partido dos Trabalhadores, porque havia uma ideologia semelhante entre Lula e Ollanta Humala", afirmou o promotor. Ele também sustentou que a empresa brasileira OAS contribuiu irregularmente com pelo menos 300 mil dólares.

No caso da Venezuela, a tese da promotoria, que remonta a 2015, é de que o dinheiro foi enviado em 2006 "pelo então presidente, Hugo Chávez, por meio de transferências bancárias com a empresa de investimentos Kayzamak". Os fundos de Caracas seriam de pelo menos 200 mil dólares.

Humala, 59 anos, e a mulher, 45, já passaram nove meses em prisão preventiva entre 2017 e 2018 por esse caso. Ambos negam as acusações.

Apenas o promotor interveio na sessão desta terça-feira. A próxima está prevista para 3 de março.

Essa é a primeira acusação formal contra um ex-presidente peruano que vai a julgamento pelo escândalo da Odebrecht, que admitiu em 2016 que pagou dezenas de milhões de dólares no Peru em subornos e doações ilegais de campanha desde o início do século XXI.

Humala é o primeiro de quatro presidentes que vão a julgamento pela trama de corrupção da Odebrecht no Peru. A audiência é transmitida ao vivo pela TV e é realizada de forma virtual, devido às restrições pela covid-19 vigentes no Peru, um dos países mais atingidos pela pandemia, com cerca de 210 mil mortos e 3,5 milhões de infectados.

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