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Júris eleitorais começam revisão de votos contestados no Peru

Mulher peruana dá seu voto em uma seção eleitoral na escola Salvador Sanfuentes em Santiago, Chile, em 6 de junho de 2021 afp_tickers

Os júris eleitorais do Peru iniciaram o processo de revisão dos votos contestados nesta quarta-feira (9), a última esperança da candidata de direita Keiko Fujimori para reverter a estreita vantagem de seu adversário de esquerda, Pedro Castillo, na apuração do segundo turno presidencial.

Esse procedimento, que pode durar cerca de 10 dias, é comum em todas as eleições no Peru, mas agora assume especial importância devido ao acirrado resultado eleitoral de domingo.

Sessenta Júris Eleitorais Especiais (JEE) devem decidir, em primeira instância, a validade de milhares de votos contestados pelos delegados dos partidos de cada candidato, Força Popular (Fujimori) e Peru Livre (Castillo). Cada voto é decidido individualmente.

A última palavra será do Júri Nacional Eleitoral (JNE), que analisa as decisões dos JEE e proclama o vencedor.

O JEE Lima 2, presidido pela juíza Alicia Margarita Gómez, começou a analisar as contestações em audiência pública, enquanto o órgão eleitoral do ONPE segue com a reta final da contagem de votos.

Um voto a favor de Castillo havia sido contestado porque a marcação foi feita na foto do candidato e não no quadrado com o símbolo de seu partido (um lápis). Além disso, foi utilizada uma caneta preta em vez de azul.

Gómez propôs declará-lo “válido”, o que foi apoiado por seus dois colegas, Clever Chávez e Violeta Sánchez. Às vezes não havia consenso e a decisão era tomada por maioria.

“No Força Popular estão em fase de negação das coisas, os fatos vão confirmar que o presidente eleito é Pedro Castillo, não tenho a menor dúvida”, disse à AFP o analista Augusto Álvarez Rodrich.

“Convém para Keiko Fujimori construir a candidatura para as próximas eleições, de 2026, o pior é [buscar] desafiar todo o processo eleitoral”, acrescentou.

Castillo tem uma vantagem de 67 mil votos, com 98,48% das urnas apuradas, incluindo 89% daquelas no exterior, com as quais Fujimori esperava se recuperar.

“Tenho permissão de Mario Vargas Llosa para publicar que em sua opinião é essencial que as autoridades eleitorais revejam as atas contestadas no segundo turno e que, sem interferência política, determinem o resultado de uma eleição cujo resultado ainda é incerto”, declarou no Twitter o filho do Nobel, Álvaro Vargas Llosa.

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