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Jesse Jackson leva comida para ativistas pró-Maduro na embaixada da Venezuela nos EUA

Reverendo Jesse Jackson carrega bolsas com comiga e água para os ativistas na embaixada da Venezuela em Washington em 15 de maio de 2019 afp_tickers

O reverendo Jesse Jackson, conhecido defensor dos direitos civis nos Estados Unidos, levou nessa quarta-feira várias sacolas de comida para a embaixada da Venezuela em Washington, tomada por ativistas que querem impedir a entrada da delegação do líder opositor Juan Guaidó.

Há mais de um mês, um grupo de ativistas dormem no prédio de quatro andares no bairro nobre de Georgetown, com o consentimento do governo de Nicolás Maduro.

“Eu peço a reconciliação, não o confronto. Não podemos dar nosso dinheiro de forma direta ou indireta para derrubar outro governo, isso aprendemos no Chile”, disse Jackson em referência à influência dos Estados Unidos no golpe de Estado no país latino-americano em 1973.

Atualmente somente quatro pessoas continuam no prédio, após na última segunda-feira a polícia notificar os militantes que estavam ocupando a propriedade de forma ilegal.

O objetivo dos ativistas, que denunciam a existência de um plano de golpe de Estado contra Maduro, é impedir a entrada dos delegados de Guaidó – reconhecido como presidente interino por Washington – e tomar o local após a saída dos últimos diplomatas de Maduro em 24 de abril.

Para os ativistas, esse é um ato simbólico mas também logístico, já que desde a tentativa sem sucesso de rebelião de um grupo de militares contra Maduro em 30 de abril, um grupo de venezuelanos que acampou fora do prédio sitiou o local para impedir a entrada de comida.

A entrega de alimentos aconteceu em meio a uma luta entre o guarda-costa de Jackson e alguns venezuelanos que tentaram impedi-lo.

Os ativistas conseguiram subir quatro mochilas com comida, água e baterias, já que há uma semana as autoridades cortaram a eletricidade da sede diplomática.

Victoria Mattiuzzo, venezuelana de 32 anos com um cartaz com a frase “Senhor Jackson, não deixe que Code Pink ou Maduro manchem seu nome”, disse em entrevista à AFP que a presença do reverendo era “muito decepcionante e frustrante”.

“Ele sempre lutou pela liberdade e pelos direitos civis e humanos, é muito surpreendente que se coloque do lado de um grupo que apoia um ditador”, disse Victoria, que usava como capa uma bandeira da Venezuela.

Para Ariel Gold, militante da organização pacifista Code Pink, essa é a mensagem que esperavam.

“É a reconciliação que sempre pedimos sob a forma de uma negociação facilitada pelo México e pelo Vaticano”, disse à AFP.

Estados Unidos e Venezuela romperam suas relações diplomáticas depois de Guaidó se proclamar presidente interino em janeiro e Washington reconhecer seu governo.

Jackson assistiu em 2013 ao funeral do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez em Caracas.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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