Líderes dos protestos na Colômbia pedem novo diálogo a Duque
Líderes dos protestos na Colômbia solicitaram nesta quinta-feira ao presidente Iván Duque instalar uma nova mesa de diálogo para discutir as exigências e às críticas ao governo, que têm mobilizado milhares de pessoas desde 21 de novembro.
O Comitê Nacional de Greve – que reúne sindicatos, estudantes, indígenas e comunidades afro – criticou em carta aberta as conversações que desde o final de semana passado o governo mantém com diversos setores para tentar aliviar o descontentamento social.
Neste sentido, propôs um “diálogo inclusivo, democrático e eficaz”, e convocou uma nova “grande jornada de mobilização” para 4 de dezembro.
“Acreditamos que a determinação neste momento é: a greve permanece”, disse em entrevista coletiva Jimmy Moreno, porta-voz da organização que promove manifestações diárias contra o governo, as maiores em décadas.
Na carta dirigida a Duque, o Comitê pede a formação de uma “Mesa Nacional de Diálogo” que inclua os setores que exigem uma mudança de rumo do Executivo.
O Comitê defende ainda uma agenda de discussões em torno das múltiplas exigências dos manifestantes, a adoção “integral” do acordo de paz firmado em 2016 com os rebeldes das FARC, o combate à corrupção, uma melhor política de segurança e o fim dos assassinatos de ativistas de direitos humanos, líderes sociais e ex-guerrilheiros.
Os manifestantes pediram que “se garanta o exercício do direito ao protesto, a desmilitarização das cidades e o fim de toda ação violenta contra as mobilizações pacíficas da população por parte da Força Pública e, em especial, a Esmad”, a unidade de choque da polícia.
“Esperamos que esta proposta da Mesa de Diálogo Nacional seja acolhida (…) o mais cedo possível. O povo tem manifestado de forma ampla e civilizada seu desejo de mudança para se enfrentar a desigualdade social, garantir o respeito aos seus direitos e consolidar a paz”, destacou o Comitê Nacional de Greve.
Os protestos na Colômbia já deixaram quatro mortos e cerca de 500 feridos entre civis, policiais e militares.
Nesta quinta-feira, ocorreram manifestações pacíficas e menos concorridas.
No norte de Bogotá, centenas de pessoas bateram tambores e panelas em um protesto noturno.