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López Obrador defende que EUA mude sua política migratória após acidente com 55 mortos

Presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, em sua entrevista coletiva matinal, na Cidade do México, em 8 de outubro de 2021 afp_tickers

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, disse nesta sexta-feira (10) que a morte de 55 migrantes em um acidente no México deveria servir para os Estados Unidos reorientarem sua política migratória e insistiu em que o fenômeno dos migrantes sem documentos não será resolvido pela força.

“Esses infortúnios devem servir para aumentar a conscientização e resolver o problema”, disse López Obrador, destacando a necessidade de investigar “as causas que deram origem a esses infelizes acontecimentos”.

“Vamos continuar insistindo em que o problema da imigração não seja resolvido por meios coercitivos, mas que os imigrantes devem ter oportunidades de trabalho e bem-estar. As pessoas não deixam sua terra por prazer, elas o fazem por necessidade”, disse o presidente em sua declaração diária.

Um caminhão cheio de imigrantes sem documentos, a maioria centro-americanos, bateu em uma ponte para pedestres no estado de Chiapas na quinta-feira, deixando pelo menos 55 mortos e cem feridos.

Um balanço anterior indicava 54 mortos, mas a Proteção Civil de Chiapas confirmou na manhã de sexta-feira a morte de outro ferido.

O presidente lembrou que tem insistido com seu homólogo americano, Joe Biden, pessoalmente e por meio de cartas, na necessidade de investir em programas sociais na América Central para evitar a imigração ilegal.

Mas “há lentidão”, disse López Obrador, acrescentando que em Washington “é preciso enfrentar um elefante reumático que não anda”, fazendo uma alusão à aprovação de verbas orçamentárias no Congresso.

Biden recebeu López Obrador e o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, em 18 de novembro.

“Não é um assunto simples para o presidente Biden, percebi que ele tem vontade de apoiar os imigrantes, chegou a apresentar uma iniciativa para regularizar a situação de onze milhões de mexicanos”, reconheceu o presidente, lembrando que já pediu repetidamente que assim fosse ágil “porque a situação é muito séria”.

“Devemos abordar o problema nas comunidades de origem, que as pessoas não são obrigadas a imigrar”, disse ele, e lembrou que pediu a Biden e Trudeau que reconheçam a “realidade” de que seus países precisam de mão de obra.

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