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Lula pede adiamento de audiência para encontro com papa em 13 de fevereiro

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa durante jogo de futebol amistoso com membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em 22 de dezembro de 2019 em Guararema, São Paulo afp_tickers

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou o adiamento da audiência judicial em que iria depor para poder viajar ao Vaticano, onde tem uma reunião marcada com o papa Francisco no próximo 13 de fevereiro, segundo informaram seus advogados.

Lula, que no momento responde em liberdade enquanto aguarda o resultado de um recurso contra a pena por corrupção, estará fora do país entre os dias 12 e 15 de fevereiro, segundo a solicitação enviada por sua defesa à 10ª Vara Criminal Federal do Distrito Federal, onde o ex-presidente teria uma audiência referente à operação Zelotes no próximo dia 11.

A defesa do ex-presidente comunicou ao tribunal “a realização de viagem internacional, entre os dias 12 e 15 de fevereiro de 2020, para Itália/Vaticano, onde será recebido por Sua Santidade, o papa Francisco, no dia 13 de fevereiro de 2020”, afirma o documento que a AFP teve acesso nesta quarta-feira.

Segundo a imprensa local, o encontro de Lula com o papa foi agendado pelo presidente argentino, Alberto Fernández, durante uma visita do chefe de Estado ao Vaticano no final de janeiro.

A 10ª Vara Criminal Federal do Distrito Federal informou que “o pedido está em análise”.

“Vou visitar o Papa Francisco para agradecer não só pela solidariedade que teve comigo em um momento difícil, mas sobretudo pela dedicação dele ao povo oprimido. Também quero debater a experiência brasileira no combate à miséria”, tuitou Lula.

O ex-presidente, de 74 anos, foi solto em novembro de uma prisão em Curitiba (sul), onde cumpria desde abril de 2018 pena de 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro como beneficiário de um tríplex do Guarujá, oferecido pela empreiteira OAS em troca de contratos com a Petrobras.

Sua soltura obedeceu a uma modificação nas normas sobre o momento em que um condenado deve começar a ter a sentença executada e o ex-presidente aguarda agora que o Supremo se pronuncie definitivamente sobre o caso.

Enquanto condenado, se conseguir o adiamento da audiência, Lula deverá pedir a restituição de sei passaporte.

Em agosto passado, o papa Francisco recebeu Celso Amorim, ex-chanceler de Lula, que ao sair da audiência disse que o chefe da Igreja Católica manifestou sua preocupação com a situação do ex-presidente, sua prisão e julgamento.

O interrogatório do dia 11 faz parte da operação Zelotes, na qual Lula é acusado de “corrupção passiva” por suposta participação na venda de uma medida provisória que prorrogaria a validade dos incentivos fiscais para as montadoras, favorecendo o setor automobilístico.

Lula, acusado em uma dezena de expedientes, se declara inocente e denuncia uma conspiração político-judicial para impedir seu retorno ao poder.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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