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Lula pede união contra ‘aventura fascista’ no Brasil

(7 out) Apoiadores de Lula manifestam-se em frente à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente está preso afp_tickers

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que os “democratas” esqueçam suas diferenças e se unam para evitar que o Brasil seja arrastado para uma “aventura fascista” nas eleições de domingo, em que Jair Bolsonaro é favorito contra Fernando Haddad.

“Chegamos ao final das eleições diante da ameaça de um enorme retrocesso para o país, a democracia e nossa gente tão sofrida. É o momento de unir o povo, os democratas, todos e todas em torno da candidatura de Fernando Haddad”, defendeu Lula em uma carta publicada nesta quarta-feira pela campanha do Partido dos Trabalhadores (PT).

Lula, que cumpre desde abril uma pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção, é tão admirado quanto repudiado no país.

Parte da população o associa aos programas de inclusão social de seus governos, mas para outros sua imagem e a do PT está manchada pelos escândalos da Lava Jato.

Muitos líderes de centro e centro-esquerda se limitaram a um “apoio crítico” a Haddad, escolhido candidato do PT depois da impugnação da candidatura de Lula.

Em sua carta, o ex-presidente pede que as polêmicas não abram caminho para Bolsonaro, capitão reformado do Exército reputado por suas declarações misóginas, racistas e homofóbicas e por sua defesa da ditadura militar (1964-85).

“Se há divergências entre nós, vamos enfrentá-las por meio do debate, do argumento, do voto. (…) Não podemos deixar que o desespero leve o Brasil na direção de uma aventura fascista, como já vimos acontecer em outros países ao longo da história”, escreveu.

Na terça-feira à noite, o rapper Mano Brown participou de um ato de campanha de Haddad no Rio de Janeiro, criticando a “cegueira” do PT.

“Não gosto de clima de festa. A cegueira que atinge lá, atinge aqui também. Isso é perigoso. Não tá tendo clima pra comemorar”, afirmou o líder dos Racionais MC ao lado de Caetano Veloso e Chico Buarque.

“Não estou pessimista. Sou realista (…) Se não conseguir falar a língua do povo, vai perder”, acrescentou.

Bolsonaro obteve no primeiro turno 46% dos votos, frente a 29% para Haddad.

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