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Maduro está aberto a acompanhamento internacional durante legislativas na Venezuela

O presidente de Venezuela, Nicolás Maduro (ao centro), durante discurso de prestação de contas diante da Assembleia Constituinte em Caracas, no último 14 de janeiro afp_tickers

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, se declarou disposto a aceitar o acompanhamento da ONU e de outros órgãos internacionais durante as eleições da Assembleia Legislativa de 2020, ainda sem data para ocorrer. Maduro descartou, no entanto, receber a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o seu respectivo secretário-geral, Luis Almagro.

Durante a prestação de contas anual, o presidente venezuelano propôs o convite à União Europeia, à secretaria geral das Nações Unidas e às demais organizações mundiais.

“Portas abertas ao acompanhamento internacional. Welcome, welcome!”, disse Maduro, em discurso trasmitido na rádio e na televisão.

“Quem não entrará nesse país é Luis Almagro, aquele canalha (…). OEA e Almagro não entrarão nunca mais na Venezuela”, afirmou o presidente durante a sessão na Câmara, no centro de Caracas.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) atuou como observadora durante as últimas eleições presidenciais na Bolívia, e apontou irregularidades que culminaram na renúncia de Evo Morales, um dos principais aliados de Maduro.

Maduro também disse estar aberto para que o Poder Eleitoral, acusado pela oposição de servir ao Chavismo, possa “prestar mais apoio” durante as eleições legislativas.

Por lei, a prestação de contas do presidente deve ser feita na Câmara, único poder controlado pela oposição no país. Porém, na prática a Assembleia Constituinte assumiu essa função depois que a sede do Legislativo se tornou um local encarado com desprezo.

A oposição, cujos principais partidos políticos boicotaram as eleições presidenciais de 2018, ainda não decidiu se participará do processo eleitoral prestes a acontecer.

O líder da oposição, Juan Guaidó, que em 23 de janeiro do ano passado reivindicou a presidência interina da Venezuela – reconhecido por cinquenta países liderados pelos Estados Unidos – exige uma nova eleição presidencial.

A maioria da oposição legislativa considera Maduro um “usurpador”, acusando-o de ser reeleito de forma fraudulenta.

No último 5 de janeiro, Guaidó foi apossado como presidente da Câmara, após aprovação de 100 deputados aliados. No entanto, naquele mesmo dia, o congressista Luis Parra foi anuciado para a mesma posição, após receber apoio Chavista. Guaidó e outros deputados da oposição denunciaram essa sessão como “um golpe de estado parlamentar”.

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