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Maduro quer julgamento público do Parlamento

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em Caracas, no dia 14 de junho de 2016 afp_tickers

O presidente Nicolás Maduro pediu à mais alta instância judicial do país, nesta quinta-feira (16), um “julgamento público” contra o Parlamento, no âmbito de uma ação por “usurpação de funções” acolhida pelo tribunal.

“Eu solicito de antemão que seja um julgamento público, e que a Venezuela, em rede nacional, possa ver na oportunidade as provas e o grave dano iminente que essa gente quis causar à paz da República”, disse Maduro, em rede nacional de rádio e televisão.

O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) já concedeu medidas cautelares, a pedido do governo, para suspender duas decisões do Legislativo aprovadas em maio.

Como parte das medidas cautelares, o TSJ ordenou à Assembleia “abster-se de pretender dirigir as relações externas da República”, apoiando a reação do governo contra os recursos apresentados pela oposição a organismos internacionais.

A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) acusa o TSJ de ser o “escritório de advocacia” do governo, e de apoiar as manobras para barrar o referendo revogatório do mandato de Maduro, hoje rejeitado pela maioria da população.

A Venezuela vive uma emergência econômica e um estado de exceção desde o último 13 de maio, como resultado de uma inflação galopante e do desabastecimento em todo o país, o que tem gerado uma onda de saques.

Na noite desta quinta-feira, Maduro ordenou um tratamento rigoroso contra os saqueadores, e os ameaçou com até 20 anos de prisão.

O presidente afirmou ter provas de que entre os centenas de detidos durante os saques há militantes dos partidos Vontade Popular e Primeiro Justiça, que integram a MUD.

“Eles querem impor a anarquia, a loucura, mas estão presos, bem presos, e serão julgados e podem ficar até 20 anos na prisão. Ordenei o maior rigor possível”, disse Maduro em rede nacional de rádio e TV, sem precisar o número de detidos.

“Foram enviados à prisão de Guárico, a um pavilhão especial de castigo. Muitos serão condenados a 20 anos ou mais. É criminoso atacar um povo assim”, disse Maduro, assinalando que há evidências de caminhões transportando gente e dinheiro para financiar os saques.

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