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Mais de 50 mortos em ataque islamita contra igrejas na Nigéria

Policiais buscam alunas sequestradas pelo Boko Haran, em Chibok, em 21 de abril de 2014. afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 30. junho 2014 - 17:03
(AFP)

Ataques no domingo contra várias igrejas no nordeste da Nigéria, atribuídos ao grupo islamita Boko Haram, fizeram mais de 50 mortos neste país, cuja seleção disputa contra a França nesta segunda-feira uma vaga nas quartas de final da Copa do Mundo.

As quatro aldeias atacadas no domingo estão localizadas a 10 km de Chibok, onde o Boko Haram sequestrou 276 estudantes em 14 de abril, das quais 219 ainda estão desaparecidas.

"Até o momento há 54 mortos", declarou um funcionário do governo do estado de Borno, que pediu o anonimato.

Mike Omeri, porta-voz do governo federal, declarou à AFP que não recebeu um balanço oficial das autoridades locais.

O presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, declarou que os ataques provam que o grupo islamita usa a religião como cobertura para seus "crimes desprezíveis contra seus compatriotas".

Omeri também respondeu às críticas dos moradores locais que acusam os militares de ignorar os pedidos de ajuda após o ataque.

O porta-voz declarou ter recebido "informações confiáveis​​" indicando a presença de soldados, que "possivelmente chegaram um pouco tarde, mas chegaram".

Os criminosos, que circulavam de moto, lançaram bombas nas igrejas de Kwada, Ngurojina, Karagau e Kautikari durante a missa de domingo, segundo testemunhas.

No entanto, um chefe local de Chibok, que também pediu anonimato, negou a versão do governo, garantindo que os militares "nem tentaram" ir para o local dos ataques.

"Aqueles que dizem que o Exército veio para nos ajudar, eles mentem", disse ele à AFP.

O estado de Borno é o berço da insurgência islâmica que deixou milhares de mortos em cinco anos e, pelo menos, 2.500 em 2014.

Futebol, perversão ocidental

A insurreição do Boko Haram, cujo nome significa "A educação é pecado" na língua Hausa, também costuma atacar recintos esportivos e centros de retransmissão das partidas da Copa do Mundo no Brasil.

As autoridades dos estados de Adamawa (nordeste) e Plateau (centro) proibiram, nesse sentido, a exibição dos jogos em telões, embora esses centros e bares sejam, por vezes, a única opção para assistir os jogos contra os cortes eletricidade diários.

Na Nigéria, os torcedores temem novos atos de violência.

"Estamos muito preocupados em Lagos (...), quando vemos e ouvimos o que está acontecendo em outros estados do país", declarou Femi Adeeko, de 66 anos, proprietário de um hotel em Lagos, localizada 2.000 km ao sul do epicentro da violência.

A seleção da Nigéria chega pela primeira vez na sua história as oitavas de final de uma Copa do Mundo desde 1998.

No domingo, o meia da Nigéria John Obi Mikel declarou que os ataques do grupo radical islâmico não vão "afetar" a seleção nacional. "É uma tragédia, mas estamos aqui para fazer nosso trabalho. Temos uma partida para jogar. É preciso continuar vivendo", afirmou o jogador do Chelsea.

O líder do grupo islâmico, Abubakar Shekau, descreveu em várias ocasiões o futebol como uma perversão ocidental que procura alienar os muçulmanos da religião.

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