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Mercosul almeja fechar acordo com UE antes de eleições europeias

Foto divulgada pela Assessoria de Imprensa do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, do uruguaio Rodolfo Nin Novoa, do argentino Jorge Faurie, do brasileiro Aloysio e do paraguaio Luis Alberto Castiglioni em reunião de coordenação entre o Mercosul e a União Européia no Palácio Itamaraty. Brasília, em 6 de dezembro de 2018 AFP PHOTO / BRAZILIAN MINISTRY OF FOREIGN AFFAIRS / MATHEUS COSTA" afp_tickers

O Mercosul almeja fechar um acordo de livre-comércio com a União Europeia (UE) até os três primeiros meses de 2019, antes das eleições do Parlamento Europeu em maio, afirmou nesta quinta-feira (6) o chanceler do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa.

“Há acontecimentos políticos, entre outros, a mudança do Parlamento na UE, e, portanto, a mudança de alguns comissários, que será em abril ou maio, o que nos aponta que deveríamos ter uma data-limite nos primeiros três meses do ano que vem”, declarou Nin. “É nossa aspiração”, acrescentou.

Nin, cujo país preside o bloco, se reuniu com seus pares de Brasil, Argentina e Paraguai para chegar a um consenso de proposta antes da nova rodada de negociações técnicas que será celebrada na semana que vem em Montevidéu.

A UE e os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) iniciarão quase duas décadas de negociações em busca de um acordo de livre-comércio que ficaram estagnadas durante alguns anos.

Mas as negociações continuam estagnadas, em temas como a proteção das indicações geográficas, acesso ao mercado europeu ou o ritmo de liberalização do setor de autopeças sul-americano.

Nin garantiu que há duas “assimetrias” dificultando o acordo. Segundo ele, o Mercosul oferece “seu mercado inteiro” contra “porções do mercado” oferecidas pela UE.

“O outro assunto é que a UE tem um nível de subsídios para muitos de seus produtos que tornam a negociação muito desvantajosa e, portanto, o comércio entre os dois blocos”, acrescentou.

A comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmstrom, insinuou neste mês que as tratativas precisam de um “impulso final”.

Nin também se referiu aos questionamentos sobre o Mercosul que o futuro presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, fez.

A postura de Bolsonaro gerou incerteza na UE. O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que a chegada dele ao poder poderia ter “repercussões” nas negociações Mercosul-UE.

Nin disse que teve uma reunião com o futuro chanceler brasileiro Ernesto Araújo, sem especificar data, e garantiu que os quatro países do Mercosul continuarão mantendo “as mesmas boas relações que até agora”.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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