Militar colombiano é liberado pelas Farc um dia antes da trégua
O subtenente do Exército colombiano Cristian Moscoso, em poder da guerrilha das Farc desde o dia 7 de julho, foi liberado neste domingo em uma operação humanitária realizada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
“O tenente Moscoso já está livre e se encontra em boas condições”, informou o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, em sua conta do Twitter.
A operação, que no sábado foi suspensa por motivos climáticos, foi feito com dois helicópteros do CICV, que partiram do aeroporto 3 de Mayo de Puerto Asís (Putumayo, sul) em direção ao local combinado com as Farc.
A liberação do militar acontece a um dia do começo de um novo cessar-fogo unilateral por parte das Farc. O governo comprometeu-se com uma redução da sua ofensiva, enquanto continuam as negociações de paz em Cuba.
Moscoso, de 26 anos, foi sequestrado no dia 7 de julho em um ataque das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), ao Exército colombiano. Na ocasião, um militar morreu e outros dois foram feridos.
A ofensiva aconteceu no departamento de Putumayo (sul), contra tropas que acompanham uma caravana de 12 caminhões de transporte de petróleo bruto, que a guerrilha pretendia derramar.
Em um comunicado, as Farc confirmaram que a Frente 32 estava com o soldado, a quem deram assistência médica por ferimentos leves, e pediram a ativação dos protocolos de liberação do prisioneiro.
No início de 2012, o grupo rebelde se comprometeu a não sequestrar mais civis, mas se reservou ao direito de capturar policiais ou militares, considerados prisioneiros de guerra.
Em um prazo de quatro meses, Santos decidirá se o seu governo continua sentado à mesa de negociação com as Farc, dependendo dos avanços alcançados neste tempos em temas considerados prioritários.
Até agora, as partes chegaram a um consenso sobre três dos seis pontos da agenda, e concordaram ainda sobre um programa de desminagem e a criação de uma Comissão da Verdade.
A Colômbia vive um conflito em que participaram as guerrilhas, paramilitares e agentes do Estado, deixando oficialmente pelo menos 220.000 mortos e mais de seis milhões de deslocados.