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Ministro venezuelano diz que acusação por narcotráfico é arma política

O ministro do Interior venezuelano, o general Néstor Reverol, participa de coletiva de imprensa, em Caracas, no dia 22 de agosto de 2016 afp_tickers

O ministro do Interior venezuelano, o general Néstor Reverol, negou nesta segunda-feira as acusações de narcotráfico apresentadas contra ele e outro funcionário público nos Estados Unidos, classificando-as de “arma política” para desestabilizar o governo de Nicolás Maduro.

As acusações de Washington “pretendem ser utilizadas como arma política para continuar em seu afã desestabilizador e para quebrar a moral de nossos líderes”, disse Reverol em uma declaração à imprensa, depois da qual não aceitou perguntas.

O general negou “categoricamente” acusações que considerou “infundadas, mal-intencionadas, temerárias e tendenciosamente políticas”, e acrescentou que violam “o devido processo e o direito à defesa”.

No dia 1º de agosto, Reverol e o atual adido militar da Venezuela na Alemanha, Edylberto Molina, foram acusados pelo Ministério Público federal do distrito leste de Nova York por supostos pagamentos recebidos de narcotraficantes para ajudar na entrada de cocaína em território americano entre 2008 e 2010. Na época, os dois trabalhavam no Oficina Nacional Antidrogas (ONA).

No dia seguinte à acusação, o militar foi designado como ministro pelo presidente Nicolás Maduro, que afirmou que o caso respondia a interesses da DEA e de “máfias do narcotráfico americano”.

A chancelaria, por sua parte, classificou essas acusações de “terrorismo judicial e policial”.

Reverol argumentou nesta segunda-feira que as apreensões de drogas na Venezuela duplicaram depois de 2005, quando os agentes da DEA no país sul-americano foram expulsos por ordem do então presidente Hugo Chávez.

O ministro garantiu que o governo de Maduro mantém “uma guerra frontal” contra o tráfico de entorpecentes. Segundo a ONA, 10.875 pessoas -164 estrangeiros entre elas- foram detidas pelas autoridades venezuelanas em 2015.

Números do MP indicam que 288 toneladas de drogas foram destruídas em 2015.

Reverol acrescentou que a Venezuela “não é consumidor nem produtor” de drogas e que a maior parte das substâncias ilícitas que circulam no país vêm da Colômbia, tendo os Estados Unidos como principal destino.

“De acordo com relatórios das Nações Unidas, a Venezuela é um país livre de cultivos” de entorpecentes, ressaltou Reverol.

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