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Morre aos 98 anos o ator Eli Wallach, de ‘Três Homens em Conflito’

(2010) O ator americano Eli Wallach afp_tickers

O veterano ator americano Eli Wallach, um dos maiores de Hollywood, com seis décadas de carreira, e que é lembrado pelo clássico do faroeste “Três homens em conflito”, morreu, aos 98 anos.

O jornal The New York Times informou que a filha do ator, Katherine Wallach, confirmou sua morte, mas as causas ainda não são conhecidas.

Wallach participou em mais de 80 filmes, mas nunca obteve uma indicação ao Oscar. No entanto, em 2010, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas concedeu a ele um prêmio honorário.

A academia o definiu como “um verdadeiro camaleão, que podia encarnar uma espectro de personagens sem qualquer tipo de esforço, sem esquecer de deixar sua inimitável marca em cada um deles”, recordou o Times.

As últimas aparições desse monstro de Hollywood remontam a 2010, nos filmes “Wall Street: o dinheiro nunca dorme” e “O amor não tira férias”.

Nascido no Brooklyn em 1915, Wallach também teve uma sólida carreira no teatro e na televisão.

Casado e com três filhos, estreou como ator de teatro antes de entrar, em 1948, para o respeitado Actors Studio.

Em 1950, ganhou um Tony, o Oscar do teatro, por seu papel em “A rosa tatuada”, de Tennessee Williams, no qual interpretou um motorista de caminhão que conquista uma viúva italiana. A atriz que contracenou com ele, Maureen Stapleton, também ganhou um Tony por seu papel.

Carreira prolífica

Com mais de 40 anos, Eli Wallach estreou no cinema, em 1956, com “Boneca de carne”, sob direção de Elia Kazan.

Atuou clássico “Sete homens e um destino”, de John Sturges (1960), junto a grandes figuras como Yul Brynner, Steve McQueen, Charles Bronson, James Cobourn e Robert Vaughn.

Também participou de “Os desajustados”, de John Huston (1961), junto com Clark Gable e Marilyn Monroe, “Lord Jim”, de Richard Brooks (1965), ao lado de Peter O’Toole, e “Como roubar um milhão de dólares”, de William Wyller (1966), com Audrey Hepburn e novamente Peter O’Toole.

Mas foi seu papel de ‘Tuco’, um bandido com a cabeça a prêmio, cúmplice de ‘Blondie’ (Clint Eastwood) e ‘Angel eyes’ (Lee Van Cleef) em “Três homens em conflito” que lhe valeu fama mundial.

A trama acontece durante a Guerra de Secessão dos Estados Unidos, e os protagonistas (‘Blondie’ é o bom, ‘Angel eyes’ é o mau, e ‘Tuco’ o feio, do título original “The good, the bad and the ugly”) são, respectivamente, um caçador de recompensas, um assassino disfarçado de sargento do Norte e um ladrão que busca um tesouro em moedas de ouro que nenhum deles pode encontrar sem a ajuda do outro, por isso, ao menos na aparência, eles colaboraram entre si.

Lançado em 1966, “Três homens em conflito” é a terceira parte da ‘Trilogia do dólar’, do diretor italiano Sergio Leone, que já havia reunido Eastwood con Lee Van Cleef em “Por um punhado de dólares a mais” (1965) e com Gian Maria Volonte em “Por um punhado de dólares” (1964). Todas com a trilha sonora magistral de Enio Morricone.

“Três homens em conflito” se converteu não apenas num dos ‘westerns’ mais conhecidos do cinema, o símbolo do chamado “spaghetti western”.

Deste clássico, atualmente só estão vivos Eastwood e Morricone.

De “Sete homens e um destino”, o único sobrevivente é Robert Vaughn, de 81 anos.

Wallach também atuou em “O poderoso chefão III”, de Francis Ford Coppola (1990), onde encarnou o papel de Joe Altobello.

Ele igualmente atuou em um dos grandes sucessos do cinema francês, “O cérebro” (1969), de Gérard Oury, com Jean-Paul Belmondo, Bourvil e David Niven.

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