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Nicarágua rejeita relatório do Conselho de Direitos Humanos da ONU

Um cartaz os dizeres "Lave as mãos antes de entrar" permanece colado em um mural que retrata o presidente da Nicarágua Daniel Ortega na sede da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) em Catarina, Nicarágua, em 17 de julho de 2020 afp_tickers

A Nicarágua rejeitou nesta quinta-feira (24) um relatório do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas que questiona a situação dos direitos humanos no país, afirmando que ele se baseia em agendas midiáticas “caluniosas” e “difamatórias”.

“O governo condena enfaticamente a politização e seletividade de determinados países (…) em particular pelo Conselho de Direitos Humanos”, que também faz uma avaliação severa da situação em Cuba e na Venezuela, segundo comunicado da presidência.

A nota ainda acrescenta que o conselho “baseia seus chamados relatórios ou informes na agenda da mídia e nas declarações caluniosas e difamatórias de organizações que não representam a vida do povo”.

A reação do governo Daniel Ortega chega dias depois que a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, criticou a situação na Nicarágua e a falta de ação oficial para superar as causas da onda de protestos antigovernamentais de abril de 2018.

Para o governo Ortega, a organização internacional mantém uma “guerra ininterrupta e cruel” contra a Nicarágua, Cuba e Venezuela.

“Exigimos que levem em consideração todas as perspectivas e todos os direitos, fortalecendo o diálogo e a paz, em um mundo que tanto precisa de harmonia e resolução pacífica para qualquer conflito”, declarou o governo nicaraguense.

Durante a 45ª sessão do Conselho de Direitos Humanos, na semana passada em Genebra, Bachelet relatou pelo menos 30 casos de ameaças e intimidações contra defensores dos direitos humanos, jornalistas, estudantes, camponeses e religiosos.

Ela apontou que a Nicarágua “continua registrando casos de possíveis violações do direito à vida, como o assassinato de um homem nas mãos de um homem armado pró-governo, em 19 de julho em La Trinidad, Estelí”.

Em dezembro de 2018, o governo expulsou membros do Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, os acusando de parcialidade nos seus relatórios sobre a violação dos direitos humanos no contexto dos protestos de oposição de 2018.

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