OEA adia definição da data de reunião de chanceleres sobre Venezuela
O Conselho Permanente da Organização de Estados Americanos (OEA) adiou para segunda-feira a definição da data para a reunião de chanceleres dedicada a Venezuela, após não conseguir chegar a um acordo sobre a proposta para 22 de maio.
Ao fim de uma reunião confusa, que deixou expostas divisões evidentes, a entidade decidiu nesta quarta-feira que o Conselho Permanente convoque para a segunda-feira uma sessão extraordinária para discutir e definir a data do encontro.
Originalmente, uma proposta do Canadá sugeria que a reunião de chanceleres fosse realizada em Washington em 22 de maio, mas a delegação do Equador sugeriu o dia 29 para que não concorresse com a posse do novo presidente equatoriano, Lenín Moreno.
A discussão mudou de rumo depois que delegações de países do Caribe expressaram sua insatisfação com a forma como se realizaram as consultas relativas à reunião de chanceleres e recusaram ser chamados para decidir uma data.
O representante de Antigua e Barbuda, Ronald Sanders, chegou a dizer que a realização de “reuniões secretas” para tentar negociar posições sobre a questão da reunião de chanceleres sobre a Venezuela era “absolutamente inaceitável”.
“Várias delegações foram excluídas de qualquer discussão e continuamos sem saber quais são os resultados que se pretendem com a reunião de chanceleres”, disse Sanders, em uma posição que foi apoiada por países como São Vicente e Granadinas e São Cristóvão e Nevis.
Diante da série de reclamações, o embaixador do México, Alfonso de Alba, afirmou em plenário que os países do Conselho eram “obrigados a atender estas preocupações”.
Finalmente, diante da evidente insatisfação de diversas delegações, o Equador propôs que a decisão fosse adiada até a segunda-feira para que os diplomatas possam consultar suas capitais e definir também o que se espera conseguir com o encontro de ministros das Relações Exteriores.
A delegação canadense aceitou que a decisão sobre a data fosse adiata até a segunda-feira, mas lembrou que “o tempo urge na Venezuela”.
O Conselho Permanente da OEA aprovou em 26 de abril a convocação de uma reunião de consultas no nível de chanceleres para discutir a crise política na Venezuela, uma decisão que levou o governo venezuelano a iniciar sua saída do organismo continental.
Embora a saída integral da Venezuela da OEA vá levar dois anos, a delegação não participa mais das discussões do Conselho Permanente e, portanto, durante a reunião desta quarta-feira seu assento permaneceu vazio.
Na sessão desta quarta-feira, o Conselho Permanente também aprovou que a próxima Assembleia Geral da OEA será em Cancún, México, entre 19 e 21 de junho.
Aprovou, ainda, a nomeação do magistrado colombiano Luis Vargas Silva como novo integrante da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).