Opas destaca Uruguai ao apontar para uma queda nas infecções de covid nas Américas
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) destacou o caso do Uruguai nesta quarta-feira (24) ao observar a diminuição das infecções por covid-19 na região das Américas, epicentro da pandemia global.
“Em nenhum lugar as reduções foram mais drásticas do que no Uruguai, que registrou um nível recorde de infecções no final do ano passado e implementou rapidamente medidas de saúde pública para controlar o vírus”, disse a diretora da Opas, Carissa Etienne.
"Em poucas semanas, o Uruguai conseguiu controlar seu surto", continuou em entrevista coletiva.
O pequeno país sul-americano de 3,4 milhões de habitantes apresentou forte crescimento nas infecções por covid-19 desde novembro, que no último mês se estabilizaram.
Assim como o Uruguai, a maioria dos países da América do Sul apresenta menos casos. Brasil, Colômbia e Equador relataram uma queda de 4% em relação aos números da semana passada, embora o Peru tenha relatado novos surtos ao longo de sua fronteira amazônica com Brasil e Colômbia.
Etienne destacou que a diminuição de casos no continente americano foi impulsionada pela redução "drástica" dos números nos Estados Unidos, onde infecções e mortes caíram cerca de 30% na última semana em relação à anterior.
“Isso é resultado de vários fatores, incluindo medidas de saúde pública mais rígidas, com maior adesão da população e melhor coordenação em todo o país, e a implementação da vacina”, observou.
No entanto, Etienne lembrou da barreira de meio milhão de mortes por covid-19 alcançada esta semana pelos Estados Unidos.
“É inegável que as Américas têm sido o epicentro desta pandemia há meses e continuamos a ser afetados de forma desproporcional”, disse ela.
No continente americano, quase 50 milhões de pessoas foram infectadas com o novo coronavírus e mais de 1,1 milhão morreram.
A propagação do vírus não parou, afirmou Etienne, que insistiu no respeito ao uso de máscaras e ao distanciamento social para conter as infecções, sobretudo diante da circulação de variantes do vírus.
Até segunda-feira, 25 países e territórios haviam relatado pelo menos uma dessas três mutações, de acordo com dados da Opas.
“Levará meses para vermos as vacinas afetando a taxa de infecções por covid-19, mesmo em lugares como os Estados Unidos, onde as campanhas de imunização estão ativas há semanas”, advertiu Etienne.
Quase 78 milhões de pessoas já foram vacinadas nas Américas e no Caribe, a grande maioria na América do Norte, informou a Opas, que estima que é necessário que pelo menos 700 milhões de pessoas sejam vacinadas para que se chegue a uma imunização em massa.