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Opas diz que falta de segurança no Haiti impede ajuda humanitária após terremoto

Menino brinca em campo para desalojados pelo terremoto em Los Cayos, Haiti, em 23 de agosto de 2021 afp_tickers

A falta de segurança no Haiti impede a ajuda humanitária após o terremoto de agosto passado, denunciou nesta quarta-feira (15) a Opas, escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), também pedindo às autoridades haitianas que aumentem a vacinação contra o coronavírus.

O terremoto de magnitude 7,2 que devastou o sul do Haiti em 14 de agosto deixou mais de 2.200 mortos e 12.700 feridos em um país já atingido pela pobreza, violência de gangues e instabilidade política após o assassinato do presidente Jovenel Moise há dois meses.

“A situação atual de segurança está prejudicando os esforços humanitários e o bloqueio da estrada principal que leva à península do sul está atrasando a distribuição de ajuda aos departamentos afetados”, afirmou Carissa Etienne, diretora da Opas, em coletiva de imprensa.

A rota que liga a capital, Porto Príncipe, à cidade de Los Cayos, perto do epicentro do terremoto, sofreu nas últimas semanas cortes de energia e agressões de gangues, ameaçando a distribuição de suprimentos vitais.

Etienne disse que isso obrigou as agências da ONU e seus parceiros a continuar usando helicópteros e transporte marítimo, complicando ainda mais seu trabalho.

“A escassez de combustível também atrapalha as atividades em todo o país”, acrescentou, lamentando que “ainda existam áreas isoladas que não foram alcançadas”.

Etienne disse que o terremoto atingiu duramente as instalações de saúde do Haiti, com 62 centros danificados, incluindo 28 gravemente afetados.

“Precisamos urgentemente consertar o que pode ser consertados e reconstruir o que sofreu danos graves, para garantir a continuidade do serviço nessas áreas”, disse.

A diretora da Opas também fez um “pedido especial” às autoridades haitianas para intensificar os esforços de vacinação contra a covid-19 no país caribenho, um dos últimos do mundo a iniciar a vacinação.

“Até agora, o Haiti administrou cerca de 52.000 vacinas e muito mais pessoas precisam ser vacinadas. O 1% da população coberta com 500.000 doses disponíveis é totalmente inaceitável”, disse Etienne.

O Haiti, país mais pobre das Américas, registrou um aumento acentuado em infecções, hospitalizações e mortes por covid-19 em maio. A Opas já destacou a “resistência significativa” da população à vacinação.

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