Operação prende mais de 200 suspeitos de homicídio no Brasil
Um trabalho integrado das polícias civis do país levou à prisão, nesta sexta-feira, de ao menos mil pessoas, incluindo mais de 200 suspeitos de homicídio, segundo o último boletim de uma operação cujo objetivo principal era combater os crimes contra a mulher.
A operação, batizada de Cronos, contou com a participação de 6.600 policiais, em todos os estados do país, informou o Ministério da Segurança Pública.
No início da tarde, o número oficial era de 1.027 adultos detidos e 75 adolescentes apreendidos, além de 66 armas de fogo e 150 quilos de drogas.
“O que nos importa é a proteção e a garantia da vida, sobretudo combater o feminicídio, esse crime covarde e inaceitável. Todos são, mas alguns são mais graves e repulsivos, sobretudo contra mulheres”, declarou o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, em entrevista coletiva.
O último boletim da operação revela 14 detidos por feminicídio e outros 143 por crimes relacionados à Lei Maria da Penha, que a partir de 2006 endureceu as penas por violência doméstica.
Outras 225 pessoas foram detidas por homicídios e 421 por crimes diversos, incluindo 224 por tráfico de drogas, posse ou porte ilegal de arma de fogo.
A operação, que foi definida em julho, é uma das primeiras desde a implantação, em junho, do Sistema Único de Segurança Pública, que prevê a integração das polícias de todos os estados do país.
O Brasil bateu em 2017 um novo recorde de homicídios, com mais de sete assassinatos por hora e um total de 63.880 casos, um aumento de 2,9% em relação a 2016, segundo o anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
De acordo com esse balanço, 4.539 das vítimas foram mulheres, 1.133 delas assassinadas em casos de feminicídio, ou seja, pelo fato de ser mulher.
A operação policial desta sexta-feira foi de uma magnitude incomum, e ocorreu a menos de dois meses das eleições presidenciais, legislativas e de governadores de 7 de outubro, nas quais a insegurança aparece como um dos temas centrais.
