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Parlamento venezuelano declara ‘crise humanitária’ de alimentação

O Parlamento venezuelano, de maioria opositora, declarou nesta terça-feira uma "crise humanitária" de alimentação no país, que denunciará às Nações Unidas e à OEA afp_tickers

O Parlamento venezuelano, de maioria opositora, declarou nesta terça-feira uma “crise humanitária” de alimentação no país, que denunciará às Nações Unidas e à OEA.

“A Assembleia Nacional declara a existência de uma crise humanitária em matéria alimentar (…). Concorda em requerer a todos os órgãos do poder público que adotem medidas urgentes para combater a fome que assola o povo”, assinala um documento aprovado pela bancada opositora.

O Legislativo criará uma comissão que identificará “fontes de cooperação internacional para combater a fome”, incorporando o Cáritas Venezuelas, delegações diplomáticas e organismos internacionais.

“Serão enviadas cópias (do acordo) ao secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (Luis Almagro) e ao secretário-geral das Nações Unidas (Antonio Guterres)”, indica o texto.

A Venezuela atravessa uma aguda crise econômica caracterizada pela escassez de alimentos, que empresas como a Datanálisis estimam em 68% nos produtos básicos, e uma inflação que poderá chegar a 1.660% este ano, segundo o FMI.

O Parlamento argumenta que o modelo econômico do governo, “baseado no estatismo e expropriações arbitrárias”, colapsou a produção nacional e gerou “uma inflação de 700% e uma escassez acima de 90%”.

Cerca de 9,6 milhões de venezuelanos – quase um terço da população – fazem duas ou menos refeições diárias, e a pobreza aumentou quase nove pontos entre 2015 e 2016, atingindo 81,8% dos lares, segundo a Pesquisa sobre Condições de Vida, realizada por um grupo de universidades.

Mas o presidente socialista Nicolás Maduro assegura que em 2016 a pobreza no país baixou de 19,7% para 18,3%, e a miséria diminuiu de 4,9% para 4,4%.

A Assembleia também exigiu de Maduro “a imediata substituição de Rodolfo Marco Torres como ministro da Alimentação”.

A Câmara já aprovou um “voto de censura” contra o funcionário em 28 de abril de 2016, mas Torres permaneceu em seu cargo alegando que a medida era ilegal.

Em 26 de janeiro de 2016, a Assembleia declarou crise humanitária na saúde pelo desabastecimento de remédios e insumos hospitalares.

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