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Pedido de justiça na Argentina nos 27 anos do atentado contra a AMIA

Foto divulgada pela Presidência da Argentina. O presidente Alberto Fernandez (E) discursando ao lado da Vice-Presidente Cristina Fernández de Kirchner, em Ensenada, Buenos Aires, no dia 5 de maio, 2021 afp_tickers

Familiares das vítimas do atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), ocorrido em 18 de julho de 1994 em Buenos Aires, renovaram neste domingo (18) seu pedido de justiça nos 27 anos do ataque que deixou 85 mortos e 300 feridos.

Em um ato virtual devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19, a associação Memória Ativa relembrou as vítimas do ataque contra a sede da associação judaica na capital argentina, pelo qual ainda não há condenados pela Justiça.

“27 anos vazios de justiça, cheios de memória”, foi o lema da manifestação virtual para relembrar o atentado.

O presidente argentino, Alberto Fernández, se uniu à homenagem. “Aos 27 anos do atentado à AMIA, os familiares das 85 vítimas continuam firmes em sua exigência de verdade e justiça. Em memória de cada um deles e em homenagem a quem perdeu seus entes queridos, devemos nos unir contra a impunidade”, escreveu no Twitter.

O ataque com bomba à AMIA foi atribuído a governantes iranianos, liderados pelo então presidente Ali Rafsankhani e ao movimento xiita libanês Hezbollah, hipótese sustentada pela dirigência judaica argentina e por Israel.

No entanto, a investigação judicial foi cercada por denúncias por suposto desvio de pistas, causas por acobertamento e processos anulados.

O Irã sempre negou que seus ex-funcionários sejam indagados. Um memorando de entendimento com o Irã impulsionado em 2012 pela então presidenta e atual vice Cristina Kirchner (2007-2015) buscou, segundo seus autores, que pudessem ser interrogados fora da Argentina.

Embora tenha sido aprovado pelo Congresso argentino, o parlamento iraniano o rejeitou e depois foi investigado como um caso de acobertamento e traição à pátria com Kirchner como uma das principais acusadas.

Na sexta-feira passada, em uma audiência, Kirchner solicitou a nulidade do caso ao classificá-lo como um “absurdo, um escândalo judicial e político” impulsionado como “instrumento de perseguição aos opositores políticos ao governo de Mauricio Macri (2015-2019)”.

A Argentina tem a maior comunidade judaica da América Latina, com cerca de 300.000 membros.

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