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Pedidos de asilo no México triplicaram em 2021

Migrantes feridos em acidente de estrada esperam para receber alta na delegação da Cruz Vermelha Mexicana em Tuxtla Gutierrez, Chiapas afp_tickers

Os pedidos de asilo no México triplicaram este ano em comparação a 2020, informou o ministro das Relações Exteriores, Marcelo Ebrard, nesta terça-feira (21), em meio a um fluxo incessante de migrantes sem documentos que tentam chegar aos Estados Unidos.

“No ano passado, foram recebidos 41.230 pedidos e este ano temos 123.187 pedidos de refugiados”, disse o ministro das Relações Exteriores, citando dados da Comissão Mexicana de Ajuda aos Refugiados (Comar).

Ebrard reconheceu que esse crescimento foi “enorme”, de modo que tanto o governo mexicano, quanto as Nações Unidas, estão apoiando a Comar para que se possa reduzir o tempo de resolução dos pedidos.

A comissão apontou que suas principais necessidades são ter mais pessoal e orçamento, pedido que deve ser resolvido pelo governo. Por sua vez, a chancelaria ajudará a canalizar o apoio de órgãos da ONU, como o Acnur e a Organização Internacional para as Migrações.

O responsável frisou que o México é um dos países onde o procedimento de tramitação de refúgio é “mais simples”.

“Mais de 95% são concedidos, exceto quando há algum antecedente de ordem criminal, que são muito poucos. Todos os demais são autorizados”, destacou Ebrard.

O chanceler insistiu, por outro lado, em que não é possível aceitar o pedido de representantes das chamadas caravanas de migrantes, atualmente em trânsito pela Cidade do México, para conceder livre trânsito em território mexicano aos milhares de migrantes que desejam chegar aos Estados Unidos.

“Não é uma questão de voluntarismo, é uma questão de que a lei o estabelece. Não está previsto que o trânsito livre para qualquer pessoa seja feito a critério de um oficial”, frisou Ebrard.

A mobilidade dos migrantes que entram pela fronteira sul do México não parou, apesar de um acidente rodoviário em 9 de dezembro, que tirou a vida de 56 imigrantes sem documentos, principalmente da Guatemala.

A tragédia ocorreu após a reativação de um polêmico programa dos Estados Unidos que obriga os migrantes a esperar no México pela resposta aos seus pedidos de asilo no país vizinho.

Mais de 190.000 pessoas sem documentos foram detectadas no México entre janeiro e setembro, o triplo do número em 2020. Cerca de 74.300 foram deportados.

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