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Pesquisa indica que 24% dos chilenos confiam muito na Convenção Constitucional

Vinte e quatro por cento dos chilenos têm “muita” ou “bastante” confiança na Convenção Constitucional, que há dois meses iniciou a tarefa de redigir uma nova carta magna para o Chile, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira (15).

A Convenção ocupa o sétimo lugar entre as instituições que geram mais confiança no país, segundo a consulta do Centro de Estudos Públicos (CEP), um ‘think tank’ de tendência liberal. Em primeiro lugar aparecem as universidades (47)%, as rádios (38%) e a Polícia de Investigações (36%).

Os últimos lugares são ocupados pelo governo (11%), pelo Congresso (8%) e os partidos políticos (4%).

A Convenção foi convocada após um acordo entre um leque de partidos políticos, com o aval do governo conservador de Sebastián Piñera, para dar vazão institucional aos desejos de reformas expressos pelos chilenos após a convulsão social de outubro de 2019.

“Vemos como uma volta à percepção e atitudes pré-convulsão […]. Isso pode estar associado a que […] as demandas da convulsão têm sido canalizadas de forma institucional, que é a Convenção Constituinte”, disse a encarregada da Opinião Pública do CEP, Carmen Le Foulon, ao apresentar o estudo.

Enquanto isso, 49% acreditam que uma nova Constituição resolverá os problemas do país, menos que os 56% de dezembro de 2019, dois meses depois do início das manifestações populares solicitando reformas sociais.

Em meio à eclosão, surgiu o clamor por uma nova Constituição em substituição à atual, herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), apontada pelos manifestantes como causa das desigualdades do país.

Os 155 membros da Convenção foram eleitos de forma paritária nas urnas em maio e iniciaram seus trabalhos em 4 de julho, mas até agora só avançaram em temas de regulamento, antes de abordar os de fundo. O órgão, que possui 17 representantes de povos originários, tem nove meses de prazo para encerrar o trabalho, prorrogáveis por mais três.

Entre os 155 constituintes predominam os de centro-esquerda, embora muitos não estejam ligados aos partidos, enquanto 37 integrantes são afins ao governo Piñera.

A pesquisa do CEP, realizada entre 25 de julho e 1º de setembro, entrevistou 1.443 pessoas em seus lares em todo o país. Tem um nível de confiança de 95% e margem de erro de 2,8%.

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