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Pesquisadores criam substância que barra o mal da vaca louca

(Arquivo) Pesquisadores europeus criaram uma substância que bloqueia a infecção em roedores por agentes da encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como mal da vaca louca, abrindo a porta para o desenvolvimento do primeiro medicamento contra a doença afp_tickers

Pesquisadores europeus criaram uma substância que bloqueia a infecção em roedores por agentes da encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como mal da vaca louca, abrindo a porta para o desenvolvimento do primeiro medicamento contra a doença, que também afeta seres humanos, segundo estudo divulgado nesta quarta-feira.

Esta macromolécula, chamada politiofeno, previne a aglutinação tóxica de agentes infecciosos (príons) no cérebro, informaram os pesquisadores no artigo publicado na revista Science Translational Medicine.

Quando as proteínas que formam os príons sofrem mutação, elas podem infectar o cérebro e causar uma doença neurodegenerativa rara, muitas vezes fatal, como a encefalopatia espongiforme bovina (BSE, na sigla em inglês) em vacas, ou a nova variante da doença de Creutzfeldt-Jakob (nvMCJ) em seres humanos.

Estes agentes infecciosos se multiplicam desencadeando nas proteínas saudáveis ​​uma reação de aglutinação, que provoca a formação de longas cadeias de fibras muito tóxicas para os neurônios.

Os pesquisadores testaram uma ampla gama de politiofenos em ratos infectados com príons para determinar quais os mais eficientes em matéria de neutralização, e conseguiram criar novos politiofenos com capacidades aumentadas de bloqueio, minimizando os danos ao cérebro.

O politiofeno mais promissor, que prolongou a vida dos infectados em mais de 80%, foi testado contra duas matrizes de príons e parece ter agido desde as primeiras fases do fenômeno de aglutinação, segundo os pesquisadores do Instituto de Neurologia da Universidade de Zurique (Suíça) e do Instituto de biologia e química de proteínas da Universidade de Lyon (França).

De acordo com eles, esta descoberta pode permitir a criação de uma nova classe de medicamentos.

O primeiro diagnóstico de BSE foi feito no Reino Unido em 1986, durante uma epidemia que durou vários anos e que se espalhou para outros países da Europa e de todo o mundo.

Suspeita de ser a causa da doença de Creutzfeldt-Jakob em humanos, a doença da vaca louca provocou uma abandono por parte dos consumidores de carne bovina e uma grave crise no setor. Centenas de milhares de ruminantes foram abatidos.

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